Por Isabel Reynolds e Yoko Kubota
TÓQUIO (Reuters) – O conselho da Olympus sinalizou para planos de deixar a companhia diante da fraude contábil de 1,7 bilhão de dólares, mas provavelmente irá escolher um time de potenciais sucessores, desencadeando uma batalha com o ex-presidente que alertou sobre o escândalo pelo controle da empresa japonesa.
Em uma conferência de imprensa realizada nesta quarta-feira, a Olympus afirmou que um diretor renunciou -outros devem acompanhá-lo- e todo o conselho poderia ir embora logo que a companhia apresentar os resultados do segundo trimestre, em 14 de dezembro. A empresa também informou que toma medidas para colocar a companhia de volta nos trilhos.
Um relatório investigativo externo, divulgado na terça-feira, concluiu que vários ex-executivos conduziram por 13 anos um esquema complexo para esconder grandes perdas da companhia nos balanços.
“Nossa governança corporativa foi seriamente criticada. Como representante da companhia, eu peço desculpas sinceramente”, afirmou o presidente da Olympus, Shuichi Takayama, aos repórteres.
O ex-presidente-executivo, Michael Woodford, demitido em outubro, está em campanha para retornar para a liderança da companhia fabricante de câmeras e endoscópios e apelou para uma assembleia geral extraordinária para escolher uma nova diretoria.
BATALHA PELO CONTROLE
Takayama, que assumiu após o escândalo ter estourado, disse mais cedo que a reunião poderia ser realizada no final de fevereiro, e que a direção não iria se demitir antes disso.
“Estamos analisando o plano (para um novo presidente) que vamos apresentar … Não sabemos o que o Sr. Woodford está pensando, mas ele disse que vai prosseguir na disputa, por isso acho que haverá certamente uma proposta”, disse Takayama.
“Teremos a decisão depois da assembleia de investidores”, disse ele, embora tenha acenado para Woodford por “apontar os problemas, o que a atual diretoria não conseguiu fazer”.