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Como passagens aéreas são impactadas por novo aumento do combustível

O preço do querosene de aviação foi reajustado pela Petrobras e alta acumulada de 2022 chega a 64,3%, segundo a associação do setor

Por Renan Monteiro Atualizado em 3 jun 2022, 09h48 - Publicado em 2 jun 2022, 18h05

Em movimento que coloca mais pressão no setor aéreo, a Petrobras anunciou novos reajustes nos preços do querosene de aviação (QAV). Segundo dados compilados pela Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), o aumento médio nos diferentes polos do país chegou a 11,4%, em relação ao mês de maio. Na escalada de janeiro de 2022 até o início de junho, o combustível dos aviões acumula alta de 64,3%. Os custos maiores para setor, que já vinham em crescimento, estimulam as empresas a reajustarem os preços das passagens para o consumidor final.

O QAV é o item de maior peso na formação de preços da aviação, respondendo por mais de um terço dos custos totais das companhias aéreas. O barril de petróleo, a matéria-prima para o querosene de aviação, está oscilando próximo dos 120 dólares nos últimos dias, efeito direto dos desdobramentos da guerra na Ucrânia. Para o presidente da Abear, Eduardo Sanovicz, os aumentos sucessivos no combustível comprovam “a pressão diária que as operadoras enfrentam com a alta dos custos estruturais”. Outro motivo que força os aumentos é a volatilidade na taxa de câmbio. “A valorização do dólar em relação ao real é um desafio cotidiano, já que metade dos custos do setor são dolarizados”, diz. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a tarifa das passagens aéreas subiu 89,19%, considerando todo o ano de 2021.

Como o Brasil é produtor de querosene, a Abear defende a não precificação em dólar do combustível produzido, para, assim, reduzir os custos e o preço final ao consumidor. Segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Bicombustíveis (ANP), em 2021, o país produziu 93% do QAV consumido e importou apenas 7%. Contabilizando voos domésticos, que estão em alta, a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) aponta para crescimento de 30,9% nos preços das passagens, do primeiro trimestre deste ano.

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