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Como ficam a Bolsa e o dólar com eventual vitória de Bolsonaro

Analistas preveem que Ibovespa, principal indicador da bolsa, possa beirar os 100.000 pontos com eventual vitória de candidato do PSL

Por Fabiana Futema Atualizado em 22 out 2018, 18h28 - Publicado em 22 out 2018, 17h33

O mercado já trabalha com a expectativa de vitória do candidato do PSL, Jair Bolsonaro, nas eleições presidenciais. A seis dias do segundo turno, o candidato do PSL aparece com ampla vantagem à frente de Fernando Haddad (PT) em todas as pesquisas de intenção de voto.

Confirmada essa projeção, especialistas preveem que o Ibovespa, principal indicador da B3, a bolsa de valores paulista, possa chegar perto do intervalo entre 90.000 e 100.000 pontos.

“O mercado vai dar o benefício da dúvida nos primeiros meses do novo governo. Quando falamos na possibilidade de a bolsa chegar a 90.000, 100.000 pontos, não é muito considerando o que teremos daqui para a frente, mas vai depender do desenho que será feito para o ano que vem”, diz Karel Luketic, analista-chefe da XP Investimentos.

O dólar fechou o dia vendido a 3,687 reais, queda de 0,74% em relação a sexta-feira. Já o Ibovespa subiu 1,63%, a 85.596 pontos. Os papéis com maior valorização foram os da Usiminas (7,73%), Via Varejo (7,32%) e Gerdau (4,61%).

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Segundo Luketik, a duração da lua de mel com novo governo dependerá da velocidade dos anúncios que serão feitos para solucionar o déficit fiscal e aprovação da reforma da Previdência. “As reformas ainda não foram muito discutidas, espera-se por mais clareza a partir de segunda-feira.”

Para André Perfeito, economista-chefe da Spinelli Corretora, existe o fator eleitoral e o conjuntural beneficiando o desempenho da bolsa brasileira. No conjuntural, começa agora a temporada de balanços financeiros das empresas. “Os resultados devem vir positivos, dando impulso aos ativos no curto prazo. Tivemos outros resultados bons, como o índice de atividade econômica do Banco Central e a pesquisa de serviços.”

Perfeito afirma que não é improvável que o Ibovespa atinja os 100.000 pontos. “Por enquanto, o mercado está reagindo mais à derrota do PT, ao fato de o partido não voltar ao poder, do que aos planos econômicos de Bolsonaro. Há um otimismo exagerado, pois sabe-se pouco das suas propostas.”

A favor de Bolsonaro, segundo ele, está o amplo apoio que receberá do Congresso, que facilitaria na aprovação de matérias constitucionais, como a reforma da Previdência.

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Já Ari Santos, gerente de mesa da corretora H.Commcor é mais cauteloso com as projeções relacionadas à subida da bolsa com a vitória de Bolsonaro. “Se comparar que a bolsa passou de 45.000 pontos no governo Dilma e agora está em 85.000 pontos, ela praticamente dobrou. Já subiu bastante neste período.”

Segundo ele, a questão não é bater nos 100.000 pontos, mas permanecer no novo patamar. “Para que a subida seja sustentável, é preciso que os investidores continuem comprando. Não vejo muito gás para subir e se sustentar.”

Dólar

Para Luketic, o mercado de câmbio já absorveu os efeitos da eventual vitória de Bolsonaro no segundo turno. “O dólar já caiu do patamar de 4,20 reais para algo entre 3,65 e 3,70 reais. Pode até haver um pequeno movimento de redução, mas é improvável que seja sustentado, até mesmo pela pressão do cenário externo.”

Spinelli diz que o real já se valorizou muito em relação às moedas de outros países emergentes. “Todas as moedas estavam caindo, com exceção do real, que se valorizou 16%. Não há espaço para cair muito mais.”

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