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Comércio reage em fevereiro e sobe 0,6%, mesmo sem auxílio emergencial

Benefício voltou a ser pago em abril com valor 58% menor que a parcela inicial de 2020; em fevereiro, venda de itens de volta às aulas puxou o setor

Por Larissa Quintino Atualizado em 14 abr 2021, 01h27 - Publicado em 13 abr 2021, 09h28

O pagamento de parcelas de 600 reais a trabalhadores informais, autônomos e microempreendedores foi importante para segurar a economia brasileira, impulsionando o consumo. Sem o auxílio emergencial, que teve a última parcela (já reduzida) paga em dezembro, o varejo sentiu, e vinha de duas quedas seguidas. Em fevereiro, no entanto, se recuperou. Segundo IBGE, o volume de vendas no comércio subiu 0,6% em relação a janeiro. As informações foram divulgadas nesta terça-feira, 13.

A reação é importante pois mostra um comportamento sem o auxílio emergencial – que voltou a ser pago apenas em abril, 58% menor, em média, que o valor original. No mês, quatro atividades das oito pesquisadas subiram. A maior alta foi em livros e papelaria. As vendas aumentaram 15,4%, muito por causa da sazonalidade, já que fevereiro é período de volta às aulas. Na comparação com o mesmo período do ano passado, entretanto, a queda é de 41%, exemplificando o impacto da pandemia. Vale lembrar que, no fim de fevereiro, governadores e prefeitos aumentaram as restrições em atividades não essenciais, impactando principalmente o comércio. Logo, em março, é possível que haja desaceleração.

“Janeiro é um mês de contas extraordinárias, como IPTU e IPVA, então é comum um consumo menor no comércio. Já, em fevereiro, temos a volta do orçamento mensal das famílias a uma maior normalidade e o retorno dos alunos às escolas, aquecendo as compras de material escolar. Assim, mesmo com o cancelamento do carnaval, que impacta, por exemplo, em menores vendas de bebidas alcoólicas nos supermercados, tivemos uma variação positiva esse mês”, avalia Cristiano Santos, gerente da Pesquisa Mensal do Comércio.

Com o resultado de fevereiro, o varejo se encontra agora no mesmo patamar de setembro de 2020 e 0,4% acima do patamar pré-pandemia (fevereiro de 2020).

Os demais setores que subiram de janeiro para fevereiro de 2021 foram as atividades de móveis e eletrodomésticos (9,3%), tecidos, vestuário e calçados (7,8%) e hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (0,8%). Sendo que os dois últimos também tiveram forte queda frente a fevereiro do ano anterior (-18,6 e -4,6%, respectivamente). Já os móveis e eletrodomésticos tiveram alta de 0,7% nessa comparação.

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Dezenove das 27 unidades da federação tiveram taxas positivas em fevereiro frente a janeiro. Amazonas (14,2%), Rondônia (11,5%) e Piauí (8,3%) se destacaram positivamente. Por outro lado, Acre (-12,9%), Tocantins (-4,4%) e Distrito Federal (-2,1%) tiveram as maiores quedas.

Na comparação de fevereiro de 2021 frente o mesmo mês de 2020, o varejo assinalou queda de 3,8% no índice geral. Assim, no acumulado do primeiro bimestre de 2021, contra igual período do ano anterior, o varejo apresentou decréscimo de 2,1%.

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