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Com desaceleração da economia, China terá plano de estímulo ao consumo

Em meio à disputa comercial com os Estados Unidos, desemprego aumenta no país e vendas no varejo despencam

Por da Redação
16 ago 2019, 10h13

A agência de planejamento estatal da China afirmou nesta sexta-feira, 16, que adotará um plano para aumentar a renda da população. O país pretende estimular o consumo neste ano e em 2020 no momento em que a economia do país desacelera em meio à guerra comercial com os Estados Unidos.

A China pedirá as autoridades locais que tomem medidas para estimular o consumo. Entre elas, está a reforma do sistema Hukou — um programa de registro familiar que serve como passaporte doméstico e regula a imigração rural para as cidades, disse a porta-voz da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma, Meng Wei. Outra ideia seria expandir as oportunidades para que os cidadãos ganhassem uma renda extra não salarial. Ela não deu mais detalhes.

Entre os setores mais atingidos está o varejo, que teve desaceleração no crescimento para perto da mínima de 30 anos no segundo trimestre, em comparação ao período imediatamente anterior. Para estimular o consumo, algumas cidades chinesas estenderam nos últimos meses o horário de funcionamento dos estabelecimentos, como museus e supermercados, na tentativa de movimentar a “economia noturna”. Além disso, o crescimento da produção industrial, em julho, desacelerou para uma mínima de mais de 17 anos no país.

Tang Jianwei, economista sênior do Bank of Communications de Shangai, duvida da efetividade das medidas de estímulo. Para ele, o problema central é o desemprego. “Para estimular você precisa revitalizar as empresas e dar suporte ao emprego, é necessário das tranquilidade às preocupações das pessoas e deixá-las ousadas o suficiente para gastar”. A taxa de desemprego no país subiu de 5,1% em junho para 5,3% em julho.

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A disputa comercial

Os sinais de desaceleração da economia chinesa acompanham um cenário global, influenciado principalmente pela disputa comercial do país asiático com os Estados Unidos. A tensão comercial começou em meados de 2018. Trump foi eleito com uma bandeira forte contra os produtos “made in China”, acusando o país asiático de prejudicar a indústria nacional e gerar desemprego. O ápice ocorreu quando o presidente anunciou tarifas de 25% sobre 50 bilhões de dólares de alta tecnologia chineses e 10% sobre 200 bilhões de dólares de outras mercadorias, em março do ano passado.

Houve retaliação chinesa e a partir de então os dois países iniciaram uma queda de braço que, por envolverem as duas maiores potências econômicas do globo, passou a gerar consequências em todo o mundo. Para o Brasil, como mostrou VEJA, os impactos tendem a ser positivos, mas apenas a curto prazo.

No final de julho, houve nova escalada de tensão, com Trump anunciado novas tarifas em 300 bilhões de dólares de produtos chineses. Dias depois, a moeda chinesa, o yuan, teve sua maior desvalorização em dez anos o que torna os produtos chineses mais competitivos. O movimento foi visto como uma retaliação. Para acalmar os ânimos, o presidente americano anunciou que adiaria para dezembro parte das novas tarifas, previstas inicialmente para setembro mês em que representantes dos dois países devem voltar a se encontrar. Mesmo assim, o governo chinês divulgou que terá de tomar contramedidas às taxas impostas.

(Com Reuters)

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