Por Gustavo Nicoletta
Londres – Os preços dos contratos futuros do cobre fecharam em alta, mas acumularam queda em 2011, refletindo a preocupação do mercado ao longo do ano com a possibilidade de a crise de confiança nas dívidas soberanas europeias provocar uma desaceleração na economia e, por tabela, reduzir a demanda por metais básicos.
O contrato do cobre para três meses negociado na London Metal Exchange (LME) fechou em alta de US$ 175,00, ou 2,35%, a US$ 7.600,00 por tonelada, mas recuou 20,83% em relação ao nível registrado em 31 de dezembro do ano passado, de US$ 9.600.00 por tonelada. Na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o contrato do cobre para março subiu US$ 0,066, ou 1,96%, para US$ 3,4360 por libra-peso, acumulando declínio de aproximadamente 23% em 2011.
O cobre chegou a tocar uma máxima de US$ 10.190,00 por tonelada em fevereiro e era uma das principais apostas de boa parte dos analistas para este ano, mas acabou sendo prejudicado pelos receios com a economia mundial. Para o analista do BNP Paribas, Stephen Briggs, o cobre deve “passar por dificuldades no início de 2012”, mesmo que eventualmente volte a subir.
“Do nosso ponto de vista, o mercado de cobre ainda pode seguir dois caminhos. Por um lado, se a economia mundial sofrer uma forte deterioração, então o preço atual parecerá muito elevado, tanto em termos absolutos quanto em relação ao valor de outros metais. Por outro, se a economia conseguir se sustentar, os produtores serão bastante pressionados para conseguir suprir a demanda em 2012.”
Entre outros metais básicos negociados na LME, o contrato do chumbo para três meses avançou US$ 37,00, para US$ 2.035,00 por tonelada, enquanto o do zinco teve ganho de US$ 13,00, para US$ 1.845,00 por tonelada. O contrato do alumínio fechou em alta de US$ 28,00, a US$ 2.019,00 por tonelada, enquanto o do níquel subiu US$ 520,00, para US$ 18.710,00 por tonelada. O contrato do estanho avançou US$ 425,00, para US$ 19.200,00 por tonelada.
Desses metais, o que registrou o melhor desempenho no ano foi o alumínio, que conseguiu cair apenas 18% porque os preços do mercado já estão abaixo do custo de produção em algumas regiões, disse um operador. O pior desempenho foi o do estanho, que recuou 29% em 2011. As informações são da Dow Jones.