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Cimed investe R$ 300 mi para desenvolver estudos de remédios no espaço

Primeiro experimento em laboratório espacial da empresa prevê pesquisas envolvendo o vírus da Covid-19; objetivo é acelerar desenvolvimento de medicamentos

Por Felipe Mendes Atualizado em 7 dez 2021, 12h52 - Publicado em 6 dez 2021, 17h35

Conhecido por ser ágil nos negócios, o empresário João Adibe, que já teve até equipe de pilotos na Stock Car, quer levar a sua empresa, a indústria farmacêutica Cimed, para o espaço. Terceira maior produtora de remédios do Brasil em volume de vendas, a Cimed está iniciando um ciclo de investimentos avaliado em 300 milhões de reais para avançar sua área de pesquisa e desenvolvimento (P&D) de novos produtos. Chama a atenção, no entanto, o lugar onde vai realizar os estudos: direto do espaço. A empresa criou uma nova vertente: a Cimed X, que, em parceria com a companhia de logística Airvantis e o Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), irá viabilizar o experimento que consiste em cristalizar proteínas no espaço.

A ideia é que em um período de cinco anos a empresa, a Cimed realize diversos experimentos. A primeira empreitada será levar a proteína do vírus SARS-Cov-2 ao espaço. Posteriormente, a indústria testará a absorção de vitaminas por leveduras, simulando a ação do aparelho digestivo humano. Segundo Adibe, fundador e CEO da Cimed, ações gravitacionais auxiliam a chegar a resultados para o desenvolvimento de novos produtos em menos tempo. “É uma jornada de longo prazo. Esse investimento de 300 milhões de reais servirá para várias moléculas. Queremos alavancar o desenvolvimento científico pelos próximos cinco anos”, disse em entrevista a VEJA.

O empresário sabe, no entanto, que tamanha empreitada envolve riscos e prefere não precisar, num primeiro momento, uma estimativa de produtos a serem desenvolvidos. “Toda pesquisa tem data para começar, mas não para terminar. Quanto mais rápido nós tivermos a possibilidade de desenvolver novos produtos, o retorno desse investimento será mais rápido também. Mas sabemos que toda pesquisa tem seus riscos. E o risco faz parte do nosso negócio”, afirma.

Além do financiamento do estudo no espaço, para cristalização do vírus que causa a Covid, o investimento de 300 milhões de reais em cinco anos consiste, ainda, na possibilidade de realizar outras etapas da jornada de pesquisas espaciais com estudos científicos, proprietários da Cimed, relacionados à absorção de vitaminas e longevidade. Para Adibe, a iniciativa coloca a empresa – sem trocadilhos – em outro patamar. “Vamos ser a primeira farmacêutica nacional a entrar na corrida espacial. Vamos disputar o mercado com as multinacionais”, diz ele.

Neste ano, a Cimed pretende crescer seu faturamento em mais de 20%, para 2,3 bilhões de reais — em 2023, a farmacêutica pretende obter uma receita acima de 3 bilhões de reais. A empresa também investiu mais de 200 milhões de reais recentemente para dobrar a capacidade de produção de sua planta industrial, no munícipio mineiro de Pouso Alegre. Com a pandemia de Covid-19, Adibe revela que o principal carro-chefe da empresa, o antigripal Cimegripe, teve queda de 40% em suas vendas, mas que a perda foi compensada pelo avanço expressivo na receita proveniente de complexos vitamínicos. “Nesse período, as nossas vendas saíram do medicamento curativo para o medicamento preventivo.”

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