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CENÁRIOS BOVESPA-Europa e cena doméstica reduzem ânimo com ações

Por Da Redação
28 Maio 2012, 09h59

Por Danielle Assalve

SÃO PAULO, 28 Mai (Reuters) – O agravamento da crise na Europa e a p ercepção do mercado de maior intervenção do governo brasileiro na economia, somados à safra de fracos resultados corporativos, estão motivando analistas a adotar um tom menos otimista para o desempenho do principal índice das ações brasileiras em 2012.

Dez profissionais consultados pela Reuters na semana passada afirmaram que trabalham com um cenário pior para o Ibovespaneste ano e dois já revisaram para baixo a projeção para o índice, p ar a a média de 62.300 pontos. Com isso, o índice teria alta de 9,77 por cento em 2012, mas ficaria bem abaixo das estimativas feitas no começo do ano.

No fim de março, o mercado estimava que o índice atingiria o maior nível da história em 2012, a 75 mil pontos, segundo uma pesquisa da Reuters. As medidas adotadas pelo governo para estimular a economia eram apontadas como fator positivo para a bolsa.

“A situação se deteriorou muito rapidamente de março para cá”, afirmou a chefe de gestão de fortunas na Mirae Securities, Luciana Pazos. “No cenário externo, temos uma crise de confiança e completa incerteza sobre o futuro da zona do euro e sobre o crescimento global. Internamente, o cenário também não está ajudando muito.”

O impasse político na Grécia, que pode resultar na saída do país do bloco europeu, dependendo do resultado da eleição parlamentar em 17 de junho, tem imposto forte clima de aversão a risco nos mercados e espalhado temores de contágio para outros países do bloco, como Espanha e Itália.

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“Estamos vivendo um ano em que a política está fazendo muita diferença nessa percepção de risco dos investidores no mercado como um todo”, disse a estrategista-chefe da Ativa Corretora, Mônica Araújo. “Além da Grécia, temos as divergências entre França e Alemanha e eleição presidencial nos Estados Unidos.”

Os mercados já vêm colocando no preço a possibilidade de a Grécia deixar o bloco, segundo o estrategista de Brasil no BTG Pactual, Carlos Sequeira. “O tema não é mais tabu”, disse. Para ele, a comunidade europeia fará o possível para que a Grécia não deixe o bloco, mas se esse cenário se configurar, isso não resulte num desastre para a região.

No cenário doméstico, os sinais de desaceleração da economia brasileira e a safra de resultados corporativos abaixo do esperado repercutem de modo negativo na bolsa. A atuação do governo na economia também contribui para reduzir o apetite de investidores estrangeiros, segundo os analistas consultados.

“A questão política não está agradando investidores, que avaliam que o governo está sendo muito mais reativo do que promovendo as reformas estruturais necessárias”, afirmou o estrategista de renda variável no HSBC, Carlos Nunes.

“Os investidores estão liquidando posições no mundo todo para reduzir riscos, mas começamos a ver gestores globais questionando coisas que não questionavam no começo do ano”, disse Luciana, da Mirae Securities.

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“Estão colocando em dúvida a atuação do governo no sentido de apostar todas as fichas do crescimento do país no consumo, além da incerteza com a intervenção em setores específicos, como Petrobras e bancos.”

A somatória dos fatores domésticos e externos fez os estrangeiros retirarem cerca de 2,7 bilhões de reais da Bovespa em maio até o dia 23. O dado parcial é a maior saída líquida mensal de recursos externos desde outubro de 2008.

“A saída forte de estrangeiros está fazendo a bolsa cair muito em maio, assim como disparou com a entrada de recursos no começo do ano”, disse o analista Hamilton Alves, do BB Investimentos. Em maio, os investidores estrangeiros respondiam por quase 40 por cento do volume movimentado na Bovespa. No mês (até dia 25), o Ibovespa acumulou queda de 11,9 por cento.

Para Hamilton, se não houver ruptura estrutural na zona do euro, o Ibovespa deve encontrar espaço para recuperação no segundo semestre, podendo chegar a 68 mil pontos no fim do ano.(Edição de Aluísio Alves)

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