Celular é exceção na crise e registra alta de 6% na produção
Diretor de vendas de celulares da LG, Marcelo Perin, explica que preços estão recuando e isso impulsiona as vendas no Brasil
Enquanto a produção da maioria dos eletrônicos despenca nas fábricas da Zona Franca de Manaus (AM), há produtos que conseguem ter desempenho positivo este ano. De janeiro a agosto, as quantidades fabricadas de celular nas indústrias instaladas no polo de produção da Amazônia cresceram quase 6% no período em relação ao ano anterior, segundo a Superintendência da Zona Franca de Manaus.
“Para o celular, a fase é bastante boa, cada vez mais há acessibilidade no preço”, afirma diretor de vendas de celulares da LG, Marcelo Perin. Ele explica que os preços estão recuando e isso impulsiona as vendas. Fora isso, existe um forte apelo para compra do celular pelas facilidades que o equipamento proporciona.
Segundo o executivo, um modelo de celular fabricado pela sua empresa que em 2015 custava 1.199 reais, sai hoje por 999 reais. Perin atribui o recuo de preços à evolução tecnológica e ao câmbio, já que a cotação do dólar acumula queda de quase 20% neste ano. “No começo do ano o dólar bateu 3,80 reais e hoje está 3,20 reais.”
Black Friday
Para este fim de ano, que inclui a Black Friday, Natal e saldão de janeiro, a empresa tem expectativa de crescimento de 10% a 15% nas vendas. “Para nós, este ano será melhor. Mas isso não quer dizer que será para o mercado”, diz. Ele observa que a previsão do mercado é de estabilidade de vendas sobre o ano anterior.
No caso de TVs, a companhia diz que o varejo fez encomendas no mesmo volume do ano passado. No segmento de áudio, houve um acréscimo de 30% no número de peças. “De julho para cá, estamos vendo que o consumidor tem voltado para a loja para pesquisar preço. Estamos um pouco mais otimistas”, diz Roberto Barbosa, diretor de vendas da LG para áudio e TV.
Barbosa lembra que o primeiro semestre foi muito sofrido em termos de vendas desde de meados do ano, o mercado está voltando gradativamente. Mesmo assim, será insuficiente para recuperar as perdas do ano. A expectativa de mercado é de que as vendas de TVs fechem 2016 com queda de 25%.
(Com Estadão Conteúdo)