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Caos na bolsa faz R$ 432 bilhões “desaparecerem” do mercado

O derretimento do valor das companhias é quase duas vezes maior do que observado no "Joesley Day", na última vez que o circuit breaker acabou ativado na B3

Por Victor Irajá Atualizado em 9 mar 2020, 19h44 - Publicado em 9 mar 2020, 19h28

Num dia de pânico nos mercados globais, a Bolsa de Valores de São Paulo, a B3, caiu vertiginosos 12,16%. Foram incinerados 432 bilhões de reais no mercado financeiro nacional – esta é a quantia que todas as empresas listadas na bolsa perderam valor de mercado.

A tensão, durante as negociações, foi tanta que a B3 recorreu ao mecanismo chamado de circuit breaker às 10h31 desta segunda-feira, 9, quando seu principal índice acionário, o Ibovespa, passou a registrar queda maior do que 10%. A última vez que o mercado brasileiro tinha assistido à suspensão de suas operações foi no dia conhecido pelo mercado como Joesley Day, que sucedeu a noite da divulgação do conteúdo das gravações de conversas entre o ex-presidente Michel Temer e o empresário Joesley Batista, da J&F. O descalabro do pregão desta segunda-feira, porém, foi muito mais significativo do que naquele 18 de maio de 2017. 

Segundo dados da Economatica, na ocasião de três anos atrás, os investidores viram o mercado sucumbir em 222 bilhões de reais do mercado, temendo que os teores da gravação acometessem o cenário político, já que a delação atingira diretamente o presidente da República. Neste dia de caos, com os mercados acometidos pela epidemia de coronavírus e o aumento das tensões envolvendo o petróleo, com a retaliação da Arábia Saudita em relação à negativa do pedido dos países do Golfo Árabe para reduzir a oferta de petróleo para manter as cotações mais altas, por parte de Vladimir Putin, presidente da Rússia, as perdas somam praticamente o dobro.

Como não poderia ser diferente, a principal atingida foi a Petrobras. Já no início do pregão, já esperando a repercussão negativa do imbróglio entre Rússia e Arábia Saudita, o Bradesco BBI reduziu o preço-alvo das ações da petroleira de 38 reais para 23,50 reais. O dia, evidentemente, não poderia acabar bem. A empresa viu seu valor de mercado definhar em 91 bilhões de reais, uma queda de quase 30% em seus principais papéis — a maior registrada para uma empresa na bolsa brasileira, acabando o dia valendo 215 bilhões de reais.

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Com os temores envolvendo o novo coronavírus, a Vale seguiu a queda: a empresa viu-se enxugada em 34 bilhões de reais ao final do dia. Os bancos, por sua vez, seguiram a fila: Bradesco, Itaú, Banco do Brasil e Santander perderam entre 12 bilhões de reais e 18 bilhões de reais em valor de mercado. “Este evento estava estressando a gente desde ontem. Lidar com dinheiro é uma atividade muito intensa. A gente lida com o futuro, então, é importante agora mantermos a calma para reavaliar cenários, fazer novas leituras”, afirma André Perfeito, economista-chefe da Necton.

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