Campos Neto assume novo cargo no Nubank nesta terça-feira

Para David Vélez, CEO e fundador do Nubank, ex-presidente do Banco Central é um dos "pensadores do mundo" sobre como a tecnologia impacta as finanças

Por Márcio Juliboni SEGUIR SEGUINDO 1 jul 2025, 12h04 • Atualizado em 1 jul 2025, 12h30

CASO RARO - Campos Neto: pragmatismo e bom senso contrastam com outros perfis no entorno do presidente - — VIDA NOVA Campos Neto: ex-presidente do Banco Central assume posto-chave no Nubank (Cristiano Mariz/VEJA)

O ex-presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, assume nesta terça-feira, 1, como chefe global de políticas públicas do Nubank, após cumprir o período sabático obrigatório desde a sua saída do BC em 31 de dezembro do ano passado. Campos Neto também ocupará o cargo de vice-chairman do Nubank e terá um assento no conselho de administração na Nu Holdings.

Segundo um comunicado do banco, o ex-BC se reportará diretamente a David Vélez, fundador e executivo-chefe do Nubank. Sua missão será apoiar a expansão internacional do grupo, estabelecer relações com órgãos de regulação financeira em todo o mundo e representar o Nubank em fóruns internacionais. A instituição também espera que Campos Neto contribua para “elevar a análise econômica e de risco para as operações do Nu no Brasil e na América Latina.”

Como presidente do BC de 2019 a 2024, o agora executivo do Nubank liderou algumas iniciativas que modernizaram o sistema financeiro do Brasil, como o lançamento do Pix, sistema de pagamento instantâneo que caiu no gosto da população e estimulou a bancarização.

Campos Neto também aprofundou as medidas do chamado Open Finance, cujo objetivo é estimular a competição entre as instituições financeiras ao dar mais visibilidade à situação dos clientes, que podem ter acesso, assim, a ofertas de produtos mais vantajosos, como linhas de crédito com juros mais baixos.

Outra inovação que marcou sua gestão no BC foi o lançamento do Drex, conhecido como o “real digital”. Trata-se de uma CBDC, a sigla em inglês para moedas digitais emitidas por bancos centrais. Apoiado na tecnologia blockchain, o Drex não substituirá a moeda física, mas permitirá inovações como os chamados contratos inteligentes, nos quais a liquidação de uma transação é condicionada ao cumprimento de determinados requisitos programados de antemão. Um exemplo é a compra de um automóvel. Com o Drex, a titularidade do veículo é atualizada assim que o pagamento é efetuado.

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A experiência de Campos Neto com as criptomoedas e a economia digital é apontada como um trunfo pelo Nubank. Na nota à imprensa em que comunicou sua contratação, divulgada no início de maio, Vélez afirmou que o ex-BC “tem sido um dos principais pensadores do mundo sobre como usar a tecnologia para avançar os sistemas financeiros locais”.

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