Caminhoneiros se articulam para ter um motorista candidato por estado

Com apoio decisivo a Bolsonaro em 2018, categoria reclama que foi abandonada pelo presidente e planeja aumentar número de representantes

Por Larissa Quintino Atualizado em 16 mar 2022, 14h08 - Publicado em 16 mar 2022, 10h19

Greve de caminhoneiros em maio de 2018: categoria alega exercer serviço essencial durante a pandemia (Douglas Magno/O Tempo/Estadão Conteúdo)

Caminhoneiros cruzaram os braços por dez dias em junho de 2018 para protestar sobre tabelamento de frete e preço dos combustíveis. Como consequência, o país que se desenvolve pela malha rodoviária enfrentou dias de desabastecimento, repique de inflação e a ascensão de novas vozes influentes. O apoio dos caminhoneiros ao presidente Jair Bolsonaro em 2018 foi um dos pontos mais usados na campanha do capitão.

Quatro anos depois, a relação entre o presidente e a categoria não é mais a mesma e os caminhoneiros se articulam para conseguir uma bancada própria no Congresso. “Muita gente aí se elegeu com apoio dos caminhoneiros, mas esqueceu disso. Este ano teremos mais caminhoneiros candidatos estados para representar nossos interesses”, afirma Nereu Crispim (União-RS), presidente da Frente Parlamentar dos Caminhoneiros.

Segundo Crispim, a categoria vem fazendo encontros nas capitais brasileiras para articular lideranças que possam se lançar candidatas a cargos legislativos tanto federais quanto estaduais. A intenção é tentar lançar ao menos um candidato por estado, o que o deputado não sabe se será viável, mas já há chapas articuladas em pelo menos dez deles. “São 2 milhões de caminhoneiros no Brasil, temos força de representação.”