SÃO PAULO, 5 de março (Reuters) – O dólar subia ante o real nesta segunda-feira, depois de ter mostrado mais volatilildade pela manhã, em linha com o movimento frente a outras moedas sensíveis à atividade econômica, após a China ter cortado sua meta de crescimento neste ano e dados endossarem preocupações com a atividade na zona do euro.
Pesava também a indicação de que o governo brasileiro continua analisando mais medidas para evitar uma queda maior do dólar frente ao real.
Às 13h43 (horário de Brasília), a divisa norte-americanaavançava 0,28 por cento, para 1,7374 real na venda.
A taxa de câmbio já iniciou os negócios em alta, mas passou a cair durante parte da manhã, com mínima de 1,7246 real (-0,46 por cento). Mas voltou a ganhar força e atingiu máxima de 1,7380 real (+0,31 por cento).
“A China está pesando hoje”, afirmou o operador de câmbio de uma corretora paulista, pedindo anonimato. “Tanto que outras moedas ligadas a commodities estão caindo”, acrescentou.
Os dólares australiano e neozelandês, de perfil semelhante ao real, também perdiam terreno frente ao dólar norte-americano. O euro, contudo, sustentava ligeira alta.
O premiê chinês, Wen Jiabao, cortou a meta de crescimento da economia chinesa em 2012 para 7,5 por cento, menor taxa em oito anos, e destacou como prioridade impulsionar a demanda do consumidor, com esperanças de reduzir a dependência da demanda e fluxo de capital externos.
Dados negativos da zona do euro referendam o viés cauteloso das operações. O índice composto que mede a atividade de empresas manufatureiras e de serviços da região caiu para 49,3 por cento em fevereiro, abaixo da leitura preliminar de 49,7 e da leitura de janeiro, de 50,4. Leituras abaixo de 50 indicam contração na atividade.
Outro profissional lembrou que o mercado mantém-se alerta ao anúncio de novas medidas do governo para evitar queda excessiva do dólar.
Na Alemanha, a presidente Dilma Rousseff disse nesta segunda-feira que o governo brasileiro estuda novas medidas para proteger o câmbio. Ela afirmou que outras ações estão sendo analisadas, mas negou haver estudo para a imposição de uma “quarentena”, que estabeleceria um prazo mínimo de permanência do capital estrangeiro no país.
Apenas na quinta-feira passada, o governo anunciou duas medidas para frear a valorização do real.(Por José de Castro; Edição de Patrícia Duarte)