(Corrige informação de que construtora fez o negócio – a responsável pela aquisição foi a holding InterCement)
Lisboa, 20 jun (EFE).- A Camargo Corrêa, por meio da holding InterCement (produtora de cimento do grupo), adquiriu 94,8% da cimenteira portuguesa Cimpor na oferta pública de ações (OPA) lançada no último dia 30 de março, anunciou nesta quarta-feira a Bolsa de Lisboa.
A Camargo Corrêa, que já possuía um terço das ações, investiu 1,035 bilhão de euros para multiplicar por três seu capital na companhia lusa, uma das dez maiores cimenteiras do mundo e que tem instalações em 13 países da Europa, Ásia, América do Sul e África.
Além disso, através de operações de bolsa no mercado secundário, adquiriu outras 84,9 milhões de ações (12,64%), que representam 470 milhões de euro; por isso o investimento total na operação se situa em torno dos 1,5 bilhão.
A nova proprietária da Cimpor comprou a maior parte das participações lusas da estatal Caixa Geral de Depósitos (9,6%), Banco Comercial Português (10%) e Manuel Fino (10,7%), além de chegar a um acordo de permuta de ativos com a Votorantim Cimentos, que lhe outorgou outros 21,2%.
Segundo a permuta, a Camargo Corrêa se apoderará dessa percentagem da Votorantim ao transferir-lhe as unidades da Cimpor na China, Espanha, Índia, Marrocos, Tunísia, Turquia e Peru.
A Bolsa de Lisboa já anunciou que excluirá a Cimpor de seu principal índice, o PSI-20, no próximo dia 22 de junho, pois a Camargo Corrêa tem o poder de retirá-la do pregão luso.
Apenas 34,89 milhões de títulos da Cimpor, que representam 5,19% do capital, não foram vendidos na OPA.
Além disso, a percentagem dos direitos de voto controlados pela Camargo Corrêa é de 95,69% devido ao fato de a cimenteira portuguesa ter 6,2 milhões de ações próprias.
O grupo com sede em São Paulo lançou em março uma OPA por todo o capital da Cimpor a um preço de 5,50 euros por ação, que representa um prêmio de 10% sobre a cotação da bolsa de final de março e avaliava a companhia em 3,7 bilhões de euros.
Em 2010, outra empresa brasileira, a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), fracassou em uma OPA lançada sobre a própria Cimpor ao não conseguir pelo menos um terço das ações, apesar de ter oferecido 6,18 euros por ação.
A Cimpor, que ganhou no primeiro trimestre do ano 49 milhões de euros no período, 15,4% a menos que no mesmo período de 2011, tem um faturamento superior a 2 bilhões de euros. EFE