Bunge e BP fecham acordo para criar empresa de bioenergia no Brasil
Cada uma das companhias terá 50% de participação no novo negócio; acordo depende de aval de agências reguladoras e deve ser fechado no final do ano
A multinacional do setor de energia BP anunciou nesta segunda-feira, 22, acordo para a criação de uma joint venture (companhia conjunta) de bioenergia com a Bunge, do ramo de agronegócio. A nova companhia atuará no Brasil e terá 50% de participação de cada uma das empresas. A BP pagará a Bunge 75 milhões de dólares (374 milhões de reais) referentes aos termos do acordo. Além disso, a joint venture assumirá 700 milhões de dólares (2,6 bilhões de reais) relativos a dívidas da Bunge.
A BP Bunge Bioenergia terá capacidade de moagem de 32 milhões de toneladas por ano e “terá a flexibilidade de produzir um mix de etanol e açúcar”, segundo comunicado de anúncio do acordo. Além disso, a joint venture gerará eletricidade renovável a partir de bagaço de cana-de-açúcar para sustentar suas unidades e venderá a eletricidade excedente à rede elétrica brasileira.
Juntas, as empresas tem unidades em cinco estados brasileiros atualmente. A BP Bunge Bioenergia terá 11 unidades de biocombustíveis no Brasil, nas regiões sudeste, norte e centro-oeste. A nova companhia deverá ter sede em São Paulo, com cerca de 10 mil funcionários. O acordo deve ser fechado no quarto trimestre de 2019. O CEO será Geovane Consul, da Bunge, e Mario Lindenhayn, da BP, será o presidente-executivo.
Segundo a BP, a participação no novo empreendimento aumentará seus negócios de biocombustíveis em mais de 50%. Dev Sanyal, chefe-executivo do setor de energia alternativa da empresa, afirmou que a joint venture “permitirá a BP aumentar significativamente a escala, a eficiência e a flexibilidade de negócio em um dos mercados de biocombustíveis que mais crescem no mundo”.
Do outro lado, Gregory Heckman, chefe-executivo da Bunge, afirmou que a nova companhia “representa um marco importante na otimização de portfólio para a empresa”. A joint venture ainda está sujeita ao cumprimento de condições contratuais e a obtenção das autorizações necessárias pelas agências reguladoras, espera-se que o acordo seja concluído no quarto trimestre deste ano.