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BTG reitera ‘compra’ para Petrobras, mas cita risco maior com troca de CEO

Relatório do banco recomenda manutenção dos investimentos na estatal, embora destaque aumento de incertezas com a mudança

Por Juliana Machado Atualizado em 24 Maio 2024, 13h47 - Publicado em 24 Maio 2024, 13h33

Os investidores ainda devem manter a Petrobras como investimento na carteira, considerando não apenas o nível de desconto da companhia em relação a pares em países emergentes, mas também a leitura de que o pragmatismo do governo vai se sobrepor aos ruídos com a troca de CEO, com o pagamento de dividendos extraordinários e sem mudanças significativas no plano de negócios da empresa. A opinião consta em relatório do BTG Pactual, em que o banco reitera a recomendação de compra para os papéis da estatal.

Nesta sexta-feira, as ações da estatal operam próximas da estabilidade, com ligeiro recuo de 0,02% nas preferenciais e 0,07% nas ordinárias por volta das 13h30.

Segundo o documento assinado pelos analistas Pedro Soares, Thiago Duarte e Henrique Pérez, os investidores acreditaram que haveria um período de “águas calmas” para a estatal, que permitiria à ação refletir os fundamentos do setor de petróleo. “Mas estávamos errados”, diz o relatório. “As decisões tomadas desde o começo do ano de distribuir parcialmente os dividendos extraordinários da empresa, decisão esta revertida, e substituir o CEO novamente elevaram a percepção de risco em relação à Petrobras.”

Segundo o relatório, a administração da Petrobras e o controlador — o governo — têm advogado por mais investimentos no setor além do segmento de exploração. Os analistas do BTG lembram que, no último plano estratégico de 5 anos divulgado, a empresa não apenas elevou seu capex (investimento) orgânico de 79 bilhões de dólares para 91 bilhões de dólares, como também adicionou uma carteira de ativos em avaliação de 11 bilhões de dólares, possivelmente incluindo projetos em estudo, fusões e aquisições.

“Mas não podemos dizer que isso é novo”, ressalta o BTG. “A real questão para nós é se o potencial aumento nos investimentos poderia sacrificar a capacidade da companhia de distribuir dividendos volumosos — e não acreditamos nisso.” Na visão do BTG, a Petrobras não pode acelerar os investimentos porque a maioria deles está vinculada ao segmento de exploração e produção (72%). Além disso, o capex do primeiro trimestre de 2024 sugere que a companhia pode investir cerca de 30% menos este ano.

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No relatório, os analistas do BTG traçam três cenários para a situação da Petrobras. No pior cenário, a companhia entregaria um capex de 18,5 bilhões de dólares em 2024, com a aquisição tanto da refinaria de Mataripe, quanto da Braskem, sem distribuição extraordinária de dividendos e com um dividend yield (rentabilidade com dividendos) de 8,7% neste ano. No cenário-base, a companhia investe 20% menos em relação às estimativas e aumenta apenas para 50% a sua fatia em Mataripe e na Braskem, com o dividend yield crescendo então para 11,1%. No melhor cenário, a Petrobras investe 30% a menos do que as expectativas, com nenhuma fusão ou aquisição, e distribui dividendos extraordinários, com um dividend yield subindo para 20%.

“Não vemos o melhor cenário citado como impossível, ao contrário. A delicada situação fiscal atual do país ainda nos faz acreditar que o pragmatismo prevalecerá”, afirma. Em meio a um cenário global inflacionário e com alto custo de capital, o banco afirma que vem instruindo seus clientes a aumentar a exposição ao setor de petróleo, em nomes que são desalavancados e oferecem alta visibilidade de geração de fluxo de caixa livre. “Quando comparamos Petrobras com seus pares em países emergentes, ainda vemos um nível de desconto relevante, mesmo no pior cenário descrito.”

Apesar de todo o otimismo, o BTG reconhece que a tese para a Petrobras “é altamente baseada na crença de que uma robusta governança corporativa será capaz de prevenir rápidas mudanças na alocação de capital da companhia”. “Vemos a indicação de Magda Chambriard como um sinal de que nomes politicamente expostos são improváveis para cargos executivos, mas os riscos não são zero e o ruído em mudanças adicionais, incluindo a diretoria de compliance, continua preocupante.”

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