Britânico Angus Deaton vence o Nobel de Economia
Professor de Princeton, nos EUA, foi premiado por seus trabalhos de análise sobre consumo, pobreza e bem-estar social
O britânico Angus Deaton, de 69 anos, professor de Economia e Relações Internacionais da Universidade de Princeton, nos Estados Unidos, venceu nesta segunda-feira o prêmio Nobel de Economia 2015. Seus estudos têm como tema a análise do consumo, pobreza e bem-estar social. O prêmio foi anunciado hoje em Estocolmo,na Suécia, às 13h (8 horas, no horário de Brasília) pela Academia Real Sueca de Ciências. Esse é o últimos dos seis prêmios Nobel anunciados neste ano.
“Para projetar uma política econômica que promova o bem-estar e reduza a pobreza, devemos primeiro entender as escolhas de consumo individuais”, afirmou a equipe da Academia ao anunciar o prêmio. “Mais do que ninguém, Angus Deaton aprimorou essa compreensão”. Além da condecoração, o economista é agraciado com 8 milhões de coroas suecas, que equivalem a 978.000 dólares.
Segundo a instituição, os trabalhos de Deaton que o levaram a ganhar o Nobel respondem a três questões chave: Como os consumidores distribuem os seus gastos entre diferentes produtos? Quanto da renda da sociedade é gasta e quanto é poupada? E como podemos medir e analisar melhor o bem-estar e a pobreza? “Ao fazer a ligação entre as escolhas individuais e os resultados agregados, sua pesquisa tem ajudado a transformar os campos da microeconomia, macroeconomia e economia do desenvolvimento”, completou a Academia.
Nascido em 1945 em Edimburgo, na Escócia, Deaton, que tem nacionalidade britânica e norte-americana, estudou na mesma escola do ex-primeiro-ministro Tony Blair, a Fettes College. Ele se tornou PhD em Economia pela Universidade de Cambridge, no Reino Unido.
Uma das suas principais obras é o livro The Great Escape: Health, Wealth and the Origins of inequality (A Grande Fuga: Saúde, Riqueza e as Origens da Desigualdade), publicado em 2013. No livro, ele reflete sobre o processo histórico que levou milhares de pessoas a escaparem da pobreza. Deaton, no entanto, pondera que mais de um bilhão de pessoas ainda são miseráveis no mundo, e menciona o caso dos Estados Unidos, cuja economia continua crescendo, mas em um ritmo mais lento e com o aumento da desigualdade social. Ele também cita os exemplos da China e da Índia, que tiveram um forte avanço nos últimos anos. Na obra, ele lança questionamentos sobre como o processo de erradicação da pobreza pode continuar nos próximos anos.
Em conferência por telefone, o economista foi perguntado sobre a crise de refugiados na Europa. “O que nós estamos vendo é um resultado de centenas de anos de desenvolvimento desigual do mundo rico, que deixou uma grande parte do mundo para trás. Aquelas pessoas que foram deixadas para trás querem uma vida melhor, e é isso que está colocando uma enorme pressão sobre as fronteiras dos mundos pobre e rico”, respondeu ele.
No ano passado, o economista francês Jean Tirole, 62 anos, ganhou o prêmio Nobel por seus trabalhos de análise do poder e regulação de mercado. Diferente das outras categorias, o prêmio Nobel de Economia não foi criado pelo industrial sueco Alfred Nobel, em 1985. O Banco Central da Suécia instituiu a honraria em homenagem ao industrial em 1968.
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(Da redação)