Brasil sugere ao México cotas flexíveis de importação de carros
Medidas não seriam adotadas imediatamente, segundo fontes
O governo brasileiro apresentou nesta terça-feira a representantes mexicanos suas propostas de revisão do acordo automotivo que mantém com o país desde 2002. Entre as mudanças sugeridas pelo Brasil está a adoção de cotas de importação flexíveis. O acordo entre os dois países já teve um dispositivo semelhante, que vigorou até 2007. O Brasil reclama que, no ano passado, o acordo rendeu um déficit comercial com o México de aproximadamente 1,7 bilhão de dólares.
Uma fonte brasileira que participa das negociações afirmou ainda que outras possibilidades, como a exigência de maior proporção de autopeças mexicanas nos automóveis exportados para o Brasil – hoje fixada em 30% – e a inclusão de veículos pesados no acordo, também foram debatidas.
A discussão sobre o aumento da exigência de conteúdo mexicano nos carros exportados para o Brasil com os benefícios do acordo levaria em conta um tempo de implementação. Ou seja, não seria uma medida adotada imediatamente.
A fonte disse ainda que, apesar de as negociações terem começado bem, não está descartado que o Brasil desista do acordo que têm com os mexicanos. “Tudo é possível, porque estamos empenhados em preservar empregos (no Brasil)”, disse. A única possibilidade descartada é a adoção de salvaguardas (barreiras comerciais) por parte do Brasil.
Mais cedo, uma fonte do governo mexicano disse que tinha dúvidas sobre a disposição do governo brasileiro em manter o acordo. A expectativa do governo brasileiro é que essa rodada de negociações seja definitiva para manter ou romper o tratado.
Depois de participarem da primeira rodada de negociações, ministros dos dois países deixaram o Palácio do Itamaraty. Técnicos, porém, prosseguiram os debates sobre detalhes do acordo. Segundo o Ministério da Indústria, Desenvolvimento e Comércio Exterior, a reunião em nível ministerial deve ser retomada ainda hoje.
Pelo lado brasileiro, participam os ministros Fernando Pimentel (Indústria, Comércio e Desenvolvimento Exterior) e Antonio Patriota (Relações Exteriores). Pelo México, integram a comitiva a chanceler Patrícia Espinosa e o secretário de Economia, Bruno Ferrari.
(Com Reuters)