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Brasil pode colaborar com Suriname no setor do petróleo, diz ministro

País vem despertando o interesse das principais empresas petrolíferas globais graças à descoberta de grandes reservas de petróleo e gás em áreas marítimas

Por Da Redação 14 ago 2021, 00h03

O ministro das Relações Exteriores, Carlos França, disse nesta sexta-feira, 13, ao chanceler do Suriname, Albert Ramdin, que o Brasil está disposto a colaborar com o desenvolvimento da exploração de petróleo e gás no país vizinho. França recebeu, nesta sexta-feira, em Brasília, o ministro das Relações Exteriores, Negócios e Cooperação Internacionais do Suriname, país que, nos últimos anos, graças à descoberta de grandes reservas de petróleo e gás em áreas marítimas, vem despertando o interesse das principais empresas petrolíferas globais.

“Falamos sobre as recentes descobertas de petróleo e gás no Suriname e sobre a disposição brasileira em colaborar para o desenvolvimento de indústria local que possa gerar benefícios para o Suriname e para sua população”,disse França, após encontro a portas fechadas com Ramdin. “Comentamos alguns contatos bilaterais nesta área que já foram realizados, e eu afiancei a disposição do Itamaraty em coordenar missões e diálogos entre empresas e agências brasileiras com contrapartes no Suriname.”

Segundo o Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis Zé Eduardo Dutra (Ineep), ligado à Federação Única dos Petroleiros (FUP), a antiga colônia holandesa vem despontando como um novo ator petrolífero sul-americano, ampliando, junto com a Guiana, “as expectativas mundiais em relação ao potencial energético e econômico da região”.

No Suriname, os principais blocos marítimos já foram adquiridos por grandes petrolíferas internacionais, como ExxonMobil, Statoil e Hess, por meio de acordos de partilha de produção assinados com a estatal surinamesa Staatsolie.

No fim de julho, a TotalEnergies e a Apache Corporation anunciaram ter encontrado petróleo em mais um poço da costa do Suriname, o Sapakara South-1, no Bloco 58. “Esses resultados positivos repetidos confirmam nossa estratégia, que visa a grandes volumes de recursos [extraídos] a baixos custos de desenvolvimento”, disse (https://totalenergies.com/media/news/press-releases/suriname-totalenergies-announces-another-successful-well-offshore-block) o vice-presidente sênior de exploração da TotalEnergies, Kevin McLachlan.

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“As recentes descobertas de reservas de petróleo nas áreas marítimas das nações ao norte da América do Sul têm atraído a atenção das grandes petrolíferas do mundo, contribuindo para modificar a geopolítica da região e fortalecendo, nesse caso, a importância da Guiana e do Suriname como robustos produtores de petróleo”, afirma o instituto, em análise de conjuntura publicada em seu site.

Além dos efeitos geopolíticos, as reservas encontradas no Suriname e na Guiana alimentaram expectativas quanto ao potencial energético das bacias da Foz do Amazonas, Pará-Maranhão/Barreirinhas e Potiguar, situadas na chamada Margem Equatorial Brasileira. Estudos realizados pela Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf), com base em dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), apontam semelhanças geológicas entre as bacias sedimentares brasileiras e as dos dois países vizinhos – fato que, para os especialistas, é um forte indício da presença de petróleo e gás também no lado brasileiro.

“Importante ressaltar que o nosso lado da Margem Equatorial se localiza no mesmo contexto geológico da Guiana e do Suriname e, dentro desse processo, em função das descobertas na Margem Equatorial no lado desses países [Guiana e Suriname], temos grande interesse e urgência em conhecer o potencial do nosso lado”, declarou o diretor da ANP, Raphael Moura, durante seminário virtual realizado no último dia 4.

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“A ANP acredita no potencial da Margem Equatorial Brasileira como catalisador do desenvolvimento regional, em especial do Norte e do Nordeste brasileiros. Quem sabe não conseguiremos reproduzir o sucesso dos nossos vizinhos Guiana e Suriname? Para atingir esse objetivo, precisamos de um esforço conjunto e de colaboração da indústria, da academia, do regulador e de políticas de governo. São necessários investimentos em pesquisa e desenvolvimento, e nossas universidades têm um papel central nesses esforços para que possamos converter o potencial da atividade em prosperidade para a sociedade brasileira”, acrescentou Moura.

Com Agência Brasil

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