Brasil deve eliminar pobreza extrema até 2016
Dados da PNAD-IBGE, compilados pelo Ipea, comprovam o forte ritmo de redução da pobreza desde a estabilização econômica
O levantamento conclui que, entre 1995 e 2008, o contingente de pessoas que deixou a condição de pobreza extrema foi de 12,1 milhões
Até o 2016, deverá ser eliminada do país a pobreza extrema – condição em que as famílias têm renda per capita de até um quarto do salário mínimo. A projeção é do estudo “Dimensão, evolução e projeção da pobreza por região e por estado no Brasil”, elaborado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e divulgado nesta terça-feira.
Com base em dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD-IBGE), o levantamento conclui que, entre 1995 e 2008, 12,8 milhões de brasileiros saíram da condição de pobreza absoluta – caracterizada por renda domiciliar mensal per capita de até meio salário mínimo. Já o contingente de pessoas que deixou a condição de pobreza extrema foi de 12,1 milhões.
Verificou-se ainda diminuição de 33,6% na taxa de pobreza absoluta, que ficou em 28,8% da população em 2008. Já a proporção de miseráveis (pobreza extrema), estimada em 10,5% da população naquele ano, caiu quase 50% em relação a 1995.
A redução dessas taxas – iniciada com a estabilização da economia proporcionada pelo Plano Real e acelerada durante do governo Lula – permitiu aos pesquisadores projetar a queda da pobreza extrema no para zero em quatro anos no país. Além disso, sofrerá declínio significativo os níveis da chamada pobreza absoluta
Na avaliação do Ipea, o crescimento econômico não se mostra suficiente para elevar o padrão de vida de todos os brasileiros. Isso porque a redução da pobreza nos últimos anos, apesar de expressiva, foi desigual entre as diferentes regiões do país. No Sul, por exemplo, a pobreza absoluta caiu 47,1%, enquanto a pobreza extrema recuou 59,6%. Já no Norte, a pobreza absoluta retrocedeu 14,9% e a pobreza extrema caiu 22,8%.