Brasil derruba resultado de montadoras
Atual cenário econômico do país dificultou os resultados globais da Ford e da MAN
O mercado brasileiro foi um dos principais responsáveis por derrubar os resultados globais de mais duas grandes montadoras no primeiro trimestre deste ano, segundo reportagem do jornal Estado de S. Paulo publicada nesta quarta-feira. A americana Ford registrou um lucro 7% menor, abaixo das expectativas de mercado, e a alemã MAN, que pertence à Volkswagen, teve prejuízo de 10 milhões entre janeiro e março. Ambas creditam o balanço fraco às dificuldades enfrentadas no país.
Na semana passada, a General Motors anunciou um lucro de 945 milhões de dólares no primeiro trimestre, e uma queda de 4,5% na receita, para 35,7 bilhões de dólares. A empresa foi prejudicada pelo câmbio e por condições mais fracas na América do Sul, especialmente no Brasil, onde a montadora viu suas vendas caírem 30% em relação ao primeiro trimestre do ano passado.
Na terça-feira, a fabricante de caminhões MAN informou que suas vendas no mercado brasileiro despencaram 51% entre janeiro e março. As encomendas caíram 49%. O Brasil, junto a outros países na América Latina, respondeu por cerca de um quinto das receitas da MAN no ano passado.
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O desempenho ruim representa um desafio para a Volkswagen, que busca combinar a unidade alemã com a sueca Scania, criando uma fabricante global de caminhões para competir com a líder do setor, a Daimler. A montadora dona da Mercedes-Benz informou nesta terça que seu lucro global cresceu 16% e suas vendas, 41% no início deste ano. Embora não tenha destacado os dados do Brasil, a companhia afirmou no relatório que espera uma queda significativa na venda de caminhões e ônibus na América Latina ao longo deste ano. No país, a empresa opera com 40% de ociosidade e mantém um programa de corte de funcionários.
Automóveis – A Ford Motor reportou nesta terça-feira lucro menor do que o esperado por analistas, com venda mais fraca na América do Norte, enquanto trabalha para aumentar a produção da picape F-150 e perde dinheiro na América do Sul. A montadora americana elevou a previsão para margem operacional na América do Norte para de 8,5% a 9,5%, ante 8% a 9%, mas enfatizou a piora das condições de negócios na América do Sul. “O ambiente externo na América do Sul deteriorou se comparado com alguns meses atrás”, disse o diretor financeiro da Ford, Bob Shanks.