Brasil cria 344 mil vagas em novembro, com salário em queda
Resultado foi puxado por setor de serviços e de comércio com festividades do fim de ano; salário das admissões está 1,75% menor

O Brasil criou 324.112 vagas de empregos com carteira assinada no mês de novembro, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado nesta quinta-feira, 23, pelo Ministério do Trabalho e Previdência. O setor de serviços foi responsável pela maior geração de empregos no mês. Apesar da melhora nos índices de emprego, o salário médio de admissão está ainda mais enxuto.
O saldo da abertura de 324.112 vaga vagas formais é resultado de 1.772.766 admissões e de 1.448.654 desligamentos, sendo esse o terceiro maior resultado do ano. As contratações saltaram em fevereiro, com criação de 389.679 vagas formais, e depois em agosto, com saldo de 375.284 postos. Nos últimos meses, os dados de contratações tinham desacelerado, e em outubro ficaram abaixo de 250 mil. A recuperação dos números de emprego está relacionada à retomada da atividade econômica e ao efeito sazonal dos serviços e comércio no final de ano, por conta do Natal.
O saldo de criação de vagas no setor de serviços foi o maior de todos, totalizando 180.960 vagas, seguido por comércio com 139.287 vagas. Os setores usualmente costumam ter peso significativo nos dados de contratações dos últimos meses do ano. O setor industrial e de construção também criaram vagas. Na contramão, o agropecuário fechou postos de trabalho, com saldo negativo de 16.797 vagas. O setor agropecuário também foi um dos responsáveis pelo recuo do PIB no terceiro trimestre do ano.
No acumulado do ano, foram criados 2.992.898 de vagas, resultado de 19.136.617 contratações e 16.143.719 desligamentos. Todas as regiões do país registraram criação de novos empregos em novembro, com as maiores contratações nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.
Apesar da melhora nos índices de contratação, o salário médio de admissão está mais enxuto. Em outubro, a remuneração girava em torno de 1.810,54 reais, caindo para 1.778,84 em novembro, redução de 1,75%.
O secretário-executivo do Ministério do Trabalho e Previdência, Bruno Dalcolmo, comemorou os dados, destacando também a estabilidade observada nos pedidos de seguro-desemprego, mas reconheceu que os números podem ter queda a partir de janeiro com o fim do Benefício Emergencial do Emprego e da Renda (BEm) e com as menores perspectivas de crescimento para o próximo ano. Atualmente, o Brasil acumula um saldo de 14 milhões de desempregados, ainda com informalidade crescente.
O governo alcançou 41,5 milhões de empregos formais, mas o secretário reconheceu o alto número de trabalhadores que ainda estão na informalidade. A taxa de informalidade aumentou 2,6% em um ano, de 38% para 40,6%, e de 0,6% em relação ao trimestre anterior, quando registrava 40%, segundo a última pesquisa do Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad).
O emprego de trabalhadores formais é fundamental para a melhoria das condições sociais e para o crescimento econômico do país, sendo também um sinalizador de uma economia aquecida, o que não é o caso do Brasil nos últimos anos. O número de trabalhadores sem carteira no setor privado, que totaliza 11,7 milhões de pessoas, aumentou 23,1% em um ano — assim, cerca de 2,2 milhões mais brasileiros estão trabalhando sem os direitos das leis trabalhistas. Em relação ao trimestre anterior, o aumento é de 10,2%, aproximadamente 1,1 milhão de pessoas.
O aumento da informalidade também tem levado a rendimentos menores, com postos de trabalho que exigem menor qualificação e remuneram menos. O rendimento real habitual (2.459 reais) recuou 11% em um ano e caiu 4% frente ao trimestre anterior.
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