Brasil apoia nigeriana para Bird e nega mais recursos ao FMI
Mantega anunciou apoio brasileiro à ministra da Fazenda da Nigéria, Ngozi Okonjo-Iweala
O Brasil vai apoiar a ministra da Fazenda da Nigéria, Ngozi Okonjo-Iweala, na disputa pelo comando do Banco Mundial (Bird, na sigla em inglês), anunciou o ministro da Fazenda, Guido Mantega, nesta segunda-feira.
Ele aproveitou ainda para adiantar que o governo não fará aporte adicional ao Fundo Monetário Internacional (FMI) se as reformas nas duas instituições não avançarem, num duro recado aos países ricos, que comandam os organismos internacionais há décadas.
“Não vamos contribuir e colocar recursos adicionais (no FMI) caso não haja firme comprometimento para levar adiante as reformas”, afirmou Mantega, acrescentando que os países emergentes exigem representatividade maior para poder participar das decisões dos órgãos. “Queremos participação efetiva e influenciar nas decisões. Como vai atuar, para quem vai emprestar dinheiro, como vai combater a pobreza.”
A eleição para a chefia do Bird deve ocorrer nesta segunda-feira. A ministra nigeriana concorre ao posto maior com o americano-coreano Jim Yong Kim, especialista em saúde e apoiado pelos Estados Unidos e, por isso, apontado como favorito.
Mantega afirmou que o governo decidiu não apoiar Kim por não ter visto comprometimento dele com as reformas. “Não senti um comprometimento firme do candidato dos Estados Unidos em levar adiante as reformas de vozes e de votos no Banco Mundial”, disse. Na semana passada, o ex-ministro colombiano das Finanças José Antonio Ocampo, em comum acordo com países emergentes e em desenvolvimento, retirou sua candidatura à presidência do Bird.
Mantega afirmou ainda que os países do Brics – grupo formado por Brasil, Rússia, China, Índia e África do Sul – não chegaram a um consenso sobre a indicação de um candidato para a presidência do Bird, mas que ainda existe a avaliação conjunta de que são necessárias reformas nesses organismos.
(Com Reuters)