O governo brasileiro anunciou nesta quinta-feira um pacote de medidas destinadas a estimular a economia e o consumo interno, além do investimento estrangeiro em bolsa, em meio a atual crise internacional, que afeta especialmente as economias desenvolvidas.
As medidas, anunciadas pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, buscam incentivar o investimento, o crédito e o consumo. Também são contempladas reduções tributárias à indústria e um barateamento do crédito e do custo financeiro no país, inclusive para os estrangeiros, para os quais o governo eliminou o Imposto de Operações Financeiras (IOF) para a compra de ações em bolsa.
“Não deixaremos que essa crise internacional contamine a economia brasileira, que se distingue das outras economias por ter mantido o crescimento”, disse Mantega durante uma coletiva de imprensa. “Temos como impedir essa contaminação externa e estamos nos preparando para um 2012 com crescimento de 5%, essa é nossa meta”, completou.
O governo anunciou uma redução do IOF sobre o crédito ao consumidor de 3% a 2,5% ao ano.
Também foi eliminado o IOF de 2% para os investimentos de estrangeiros em ações na bolsa, para facilitar as captações econômicas de empresas brasileiras, entre outros estímulos aos estrangeiros.
O objetivo dessas medidas é enfrentar o custo financeiro do país “que ainda é muito alto”, disse o ministro.
O governo anunciou também uma redução do Imposto aos Produtos Industrializados sobre eletrodomésticos.
Mantega considerou essa medida “um sinal importante para que os empresários continuem investindo e apostando no mercado interno” e disse ainda que tem havido acordos com a indústria para que mantenha o emprego.
A diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde, afirmou nesta quinta-feira em Brasília que a economia do Brasil é “sólida” e “pode resistir” à crise econômica na Europa, nos Estados Unidos e em outros países do mundo.
O Brasil “está em uma situação econômica muito favorável devido a políticas macroeconômicas muito sólidas e a políticas monetárias também sólidas”, disse Lagarde em uma entrevista coletiva à imprensa realizada após uma reunião com a presidente, Dilma Rousseff, e com o ministro da Fazenda, Guido Mantega.
“O Brasil está mais imune e melhor protegido do que outros países dos efeitos da contaminação e das consequências da crise do euro”, acrescentou.
A chefe do FMI destacou a estratégia macroeconômica do país baseada em três pilares: metas de inflação, taxa de câmbio flutuante e responsabilidade fiscal.
“Graças a esse coquetel, a economia está sólida e pode resistir”; o Brasil “está protegido pela força de seu mercado interno e por suas boas políticas macroecônomicas”, considerou.