SÃO PAULO, 31 Mai (Reuters) – A Bovespa amargava a terceira queda seguida nesta quinta-feira, com seu principal índice caminhando para fechar maio com o pior desempenho mensal desde de outubro de 2008, refletindo o clima de forte aversão a risco nos mercados com a crise da zona do euro e uma série de dados fracos nos Estados Unidos.
Às 13h42, o Ibovespa tinha queda de 0,62 por cento, a 53.465 pontos. Na abertura, o índice esboçou recuperação e chegou a subir 0,66 por cento na máxima intradia. O giro financeiro do pregão era de 3,4 bilhões de reais.
“O mercado está vivendo uma situação bastante complicada e será difícil ver um movimento consistente de compra. Vamos continuar a ter muita volatilidade”, disse o analista José Góes, da Stock Asset. “Nesse nível, a bolsa começa a ficar atrativa, mas como a sensação é de que a situação na Europa está se deteriorando, a bolsa ainda pode cair mais.”
Segundo Góes, a análise gráfica indica que a próxima parada do Ibovespa seria perto de 50 mil pontos e, caso o cenário externo piore muito, o índice poderia cair até os 48 mil pontos.
Em Wall Street, o Dow Jones girava em torno da estabilidade. Já o índice das bolsas europeias fechou em queda de 0,7 por cento.
Dados divulgados nesta manhã sugerem que a recuperação do mercado de trabalho nos Estados Unidos está estagnando, depois de um forte desempenho no início do ano. Além disso, o crescimento do país foi um pouco mais lento do que inicialmente previsto no primeiro trimestre.
Na cena corporativa, o setor de siderurgia pesava no Ibovespa, com destaque para a ação ordinária da Usiminas , que despencava 8,6 por cento, a 9,73 reais, no menor patamar desde o final de 2008.
Segundo operadores, a forte queda seria reflexo da revisão da carteira do índice MSCI, que excluiu a ação ordinária da Usiminas. Fundos que seguem o índice estariam ajustando suas posições de acordo com a nova carteira, antes do índice entrar em vigor, motivando a forte venda do papel.
Outras ações que ficaram de fora da nova carteira do MSCI também recuavam na sessão, com destaque para Gol, com baixa de 3,45 por cento, a 8,11 reais, em sentido oposto da rival TAM, que subia 0,4 por cento, a 42,26 reais.
Dentre as blue chips, OGX caía 3,1 por cento, a 10,09 reais, ampliando o forte tombo da véspera. Em entrevista à Reuters na terça-feira, o presidente da companhia, Paulo Mendonça, disse que a empresa deverá atingir entre 40 mil e 50 mil barris diários no segundo trimestre de 2013. A empresa esperava chegar a esse patamar ainda em 2012.
Em relatório, a Planner Corretora afirmou que ter ouvido da empresa que a queda pode ter sido em parte causada pela interpretação equivocada de uma declaração de um executivo da da OGX acerca da produção no Campo de Waimea.
A preferencial da Vale caía 1,3 por cento, a 35,97 reais, enquanto a da Petrobras tinha baixa de 0,6 por cento, a 18,24 reais. O Ministério Público Federal investiga empreendimentos da mineradora no Pará, com denúncias de prejuízos a indígenas.
Klabin estava entre as principais altas, com avanço de 4,7 por cento, a 8,49 reais. Na noite da véspera, a companhia informou que vai implantar uma nova máquina para fabricação de papéis e sacos industriais, com investimento de cerca de 220 milhões de reais.
Cosan tinha alta de 2,4 por cento, a 29,75 reais. A maior produtora de açúcar e etanol do Brasil reportou um salto no lucro líquido do ano fiscal, para 2,6 bilhões de reais, apesar da queda registrada no quarto trimestre fiscal na comparação anual.(Por Danielle Assalve; Edição de Aluísio Alves)