Por Ana Luísa Westphalen
São Paulo – O feriado nos Estados Unidos, que manteve o mercado e as instituições fechados por conta do Memorial Day, deu uma trégua aos negócios domésticos e permitiu a recomposição dos preços das ações na Bovespa, ajudando o índice a voltar ao patamar dos 55 mil pontos, mas sem fôlego, já que a Bolsa registrou o pior giro financeiro do ano.
Se nesta segunda-feira os investidores ávidos por pechinchas garantiram a valorização do Ibovespa, que avançou 1,38%, aos 55.212,69 pontos – nível perdido no início da semana passada, o baixo giro financeiro comprova que esse desempenho está longe de ser uma tendência para os próximos dias.
Sem os mercados norte-americanos e grande parte dos estrangeiros se desfazendo de posições do mercado doméstico – o que tem castigado a Bolsa desde abril – o volume financeiro foi de apenas R$ 3,13 bilhões, o mais fraco desde 26 de dezembro do ano passado (R$ 1,285 bilhão). Para se ter uma ideia, o montante representa menos da metade das negociações em um dia normal.
No mês, o principal índice da Bolsa acumula perda de 10,69%, e declínio de 2,72% no ano. Na máxima do dia, o Ibovespa ganhou 2,10%, aos 55.609 pontos, e, na mínima, mostrou leve valorização de 0,01%, aos 54.467 pontos. “Hoje (segunda) não conta, amanhã (terça-feira) começa a vida real”, ponderou o gerente de renda variável da H. Commcor, Ariovaldo Santos. Enquanto a agenda do dia foi esvaziada, o resto da semana está carregado de indicadores de atividades importantes nos Estados Unidos e na Europa.
Com queda acumulada de mais de 10% em maio, as ações da Petrobras mostraram um claro movimento de ajuste técnico. Sem qualquer notícia relevante que justificasse uma valorização de seus papéis, as ações ON subiram 0,93% e as PN, 0,80%. Com o fraco volume de negócios no mercado internacional, os contratos futuros de petróleo Brent para entrega em julho fecharam em leve alta de 0,26%, a US$ 107,11 o barril. As ações da Vale, por sua vez, avançaram 0,90% as ON e 1,04% as PNA.
A melhora do humor nos mercados foi motivada por pesquisas de intenção de voto na Grécia, divulgadas no fim de semana, que indicaram um crescente apoio a partidos favoráveis ao cumprimento das obrigações acordadas por Atenas com o Fundo Monetário Internacional (FMI) e a União Europeia, diminuindo os temores de saída do país da zona do euro.