Bovespa cai mais de 2% com temores sobre quadro fiscal e China
Trajetória de queda foi puxada pela desvalorização dos papeis da Petrobras e dos bancos; este foi o terceiro pregão seguido de baixa
A combinação entre más notícias dos cenários interno e externo levou o Ibovespa, o principal índice da bolsa de valores brasileira, a fechar em queda de 2,46% nesta terça-feira, aos 45.477,06 pontos. Foi o terceiro pregão consecutivo de baixa, período no qual o índice acumulou perdas de 4,69%.
Os mercados de ações de todo o mundo tiveram baixas depois que o setor industrial da China registrou, em agosto, uma queda maior do que a esperada por analistas no índice dos gerentes de compra (PMI), para 47,3 pontos, o menor patamar em seis anos. Números abaixo de 50 indicam retração da atividade, o que explica o temor com a desaceleração econômica da segunda maior economia do mundo.
As ações da Petrobras caíram acima de 6,3%, diretamente influenciadas pelo preço do petróleo, que fechou em queda de 8,48% nos contratos do Brent (uma classificação de petróleo cru) para outubro.
Já o cenário interno foi determinante para mais um tombo das ações do setor financeiro, o mais sensível aos temores de rebaixamento da classificação de risco do país. Ainda repercutindo a previsão de um déficit primário de 30,5 bilhões de reais em 2016, papéis como Itaú Unibanco PN (-2,34%), Bradesco PN (-2,86%) e Banco do Brasil ON (-2,58%) também foram destaques na ponta negativa.
Um dia após a notícia do déficit, a agência de classificação de rating Fitch fez alertas sobre a piora das condições do país nos últimos meses. A agência destacou que as revisões da meta fiscal colocam a tendência do primário bem abaixo do considerado no cenário base, além de refletirem as dificuldades da consolidação fiscal. O banco Morgan Stanley, por sua vez, afirmou em relatório que prevê a perda do grau de investimento do Brasil nos próximos 12 meses. Já o J.P. Morgan prevê um rebaixamento até o final de 2016.
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(Com Estadão Conteúdo)