Barroso: ‘Exigências britânicas ameaçam a zona do euro’
Presidente da Comissão Europeia critica atuação de britânicos no movimento de reformulação do tratado do bloco europeu
As exigências britânicas durante a reunião de cúpula europeia representaram uma ameaça para a integridade do mercado único, afirmou nesta terça-feira o presidente da Comissão Europeia (CE), José Manuel Durão Barroso. “O acordo intergovernamental alcançado em Bruxelas em 9 de dezembro para a zona do euro é um acordo de 27 países menos um”, lamentou o chefe da Comissão no Parlamento Europeu, em Estrasburgo.
Vinte e seis países da UE, com exceção da Grã-Bretanha, aprovaram na sexta-feira um novo pacto fiscal europeu. “A Grã-Bretanha, em troca de sua aprovação, pediu por um protocolo específico para seus serviços financeiros que representou uma ameaça à integridade da união monetária”, destacou.
“Infelizmente, alcançar este compromisso era impossível e por isto não foi possível chegar a uma solução que envolvesse os 27 membros da UE”, completou. Desta maneira, os dirigentes europeus não conseguiram levar adiante o ambicioso plano de reformar os tratados, para o qual precisavam da unanimidade de seus membros.
O primeiro-ministro britânico, David Cameron, defendeu na segunda-feira o veto a um novo tratado europeu como a “resposta correta” à recusa dos sócios de aceitar as exigências britânicas. Cameron afirmou que as garantias solicitadas por Londres eram “modestas, razoáveis e relevantes” para proteger essencialmente a City, o principal centro financeiro do mundo ao lado de Nova York.
O presidente francês Nicolas Sarkozy afirmou que existem claramente duas Europas, mas disse que não imagina a saída da Grã-Bretanha do mercado único da UE.
(Com agência France-Presse)