Bancos oferecem linha de crédito para antecipar restituição do IR
Apesar de ser um crédito com juros mais baixos, economistas alertam para cuidados na hora de tomar empréstimos
Bancos abrem a partir desta quinta-feira, 7, uma linha de crédito para antecipação da restituição relativa ao ajuste anual do Imposto de Renda Pessoa Física 2019 (ano base 2018). O primeiro lote de restituição do tributo só acontece no dia 17 junho e o último, em 16 de dezembro, de acordo com a Receita Federal. Para aqueles que precisam do valor antecipadamente, essa opção pode ser uma saída.
O empréstimo tem juros menores do que outras linhas de crédito, por causa da garantia de pagamento. As taxas ao mês começam em 1,79% no Bradesco e no Banco do Brasil. O Santander trabalhará com juros entre 3,69% e 5,99%. O Itaú não divulgou o percentual mínimo cobrado.
Em todos eles, é possível receber 100% do valor da restituição – respeitando os limites máximos de crédito de cada banco (de 10 mil reais no Itaú a 50 mil reais no Bradesco). O pagamento do empréstimo vai acontecer no dia em que o cliente for restituído pelo IR, em parcela única, de forma automática.
Se a restituição não for efetuada pela Receita Federal, o cliente tem até, no máximo, dezembro de 2019 ou janeiro de 2020, dependendo do banco, para quitar a sua dívida.
Para a economista-chefe do SPC Brasil, Marcella Kawauti, a antecipação é vantajosa para aquelas pessoas que precisam do crédito agora. “Como é um empréstimo com garantia, as taxas de juros são mais em conta. Diante da necessidade, ele é melhor que os outros tipos de crédito.” A economista, porém, alerta que é necessário analisar as circunstâncias e verificar a real necessidade de crédito. “Recorrer a empréstimos é uma prática perigosa, e deve-se tomar cuidado”, afirma.
No caso de o consumidor ter alguma dívida de crédito atrasada, a antecipação pode ser uma opção atrativa, segundo Reinaldo Domingos, educador financeiro do Canal Dinheiro à Vista e presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin). “É uma oportunidade para sair de dívidas com taxas de juros maiores. Mas, se essa atitude precisou ser tomada, é muito provável que a pessoa esteja em desequilíbrio financeiro.”
Domingos ainda alerta que, se o consumidor cair na malha fina do IR, ele não terá sua restituição no prazo para o pagamento do crédito, o que o levará a uma dívida que não existia.