Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Bancos franceses na linha de fogo por crise da dívida na Europa

Por Por Marc Preel
11 ago 2011, 16h38

Um sentimento crescente de desconfiança sobre a França instalou-se nesta quinta-feira nos mercados, com virulentos ataques aos grandes bancos franceses e rumores sobre a perda da nota “AAA”, alimentados pelo estancamento de sua economia.

O Banco da França teve que elevar o tom nesta quinta-feira para defender a “solidez” dos bancos franceses, particularmente do Société Générale e do BNP Paribas, um dos maiores bancos da Zona do Euro, para frear sua queda na Bolsa de Paris.

“A evolução recente dos mercados de ações não afeta a solidez financeira dos bancos franceses e a capacidade de resistência da qual deram prova desde o início da crise”, assegurou o governador do Banco da França, Christian Noyer.

Para os mercados, no entanto, os bancos franceses estão muito expostos às dívidas soberanas dos países fragilizados, como Grécia e Itália.

“Enfrentamos uma crise econômica que faz com que os bancos que emprestaram aos Estados corram o risco de default”, destacou o secretário-geral da Associação Francesa de Usuários de Bancos (Afub), Serge Maitre.

No atual clima de nervosismo nos mercados, o mínimo rumor é suficiente para acender o pavio. “Em relação ao Société Générale, não chego a compreender que puderam pensar, nem que fosse por 30 segundos, que o banco, tendo em vista os resultados e seu balanço, possa estar em dificuldades”, explicou Frédéric Rozier, agente da sociedade Meeschaert.

No entanto, o Société Générale chegou a perder na quarta-feira 20% de seu valor em Bolsa como consequência do rumor de que estava à beira da quebra.

Continua após a publicidade

Assim como o restante do mercado, as ações do setor bancário subiram nesta quinta-feira, depois do anúncio de uma cúpula franco-alemã para 16 de agosto.

Mas além dos bancos, toda a economia francesa suscita dúvidas e preocupações para o conjunto da Zona do Euro, da qual é a segunda potência.

O Instituto de Estatísticas INSEE publicará na sexta-feira pela manhã as primeiras cifras de crescimento do segundo trimestre.

Depois de um primeiro trimestre bom, no qual o PIB cresceu 0,9%, os especialistas esperam agora uma desaceleração da economia. O crescimento poderá ficar em 0,2%.

Essa desaceleração apenas pode complicar a estratégia de redução da dívida e do déficit público, cuja implantação é impulsionada pelo presidente Nicolas Sarkozy, para quem é indispensável que seu país mantenha a prestigiosa famosa “AAA”, nota máxima concedida pelas agências de classificação de risco aos países emissores de dívida.

“Os compromissos de redução do déficit das contas públicas são intocáveis e se manterão seja qual for a evolução da situação econômica”, declarou na quarta-feira o presidente francês durante uma reunião de crise, organizada em Paris em plenas férias de verão.

Continua após a publicidade

Essa reunião improvisada, no lugar de tranquilizar, alimentou os rumores de degradação da nota da França. Após a notícia do rebaixamento da nota dos Estados Unidos, no fim da semana passada, a França seria a seguinte da lista.

O revés americano “abre infelizmente a porta para que se especule com outros países como a França”, lamentou Frédéric Rozier.

Na quarta e na quinta-feira, ocorreu uma onda de rumores a esse respeito, mas a sombra da dívida paira sobre um país incapaz de apresentar um orçamento equilibrado nos últimos 30 anos e que tem uma dívida pública que representa 84,5% de seu PIB.

“É possível que a França siga Grécia, Portugal, Irlanda, Itália e Espanha no clube pouco confiável de países cuja dívida é considerada como tóxica pelos mercados financeiros”, estimou o professor de economia Charles Wyploz no jornal Le Monde.

Sarkozy apresentará em 24 de agosto as medidas de redução do déficit. Anteriormente, na próxima terça-feira, receberá em Paris a chanceler alemã Angela Merkel.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.