Banco Central sinaliza ‘provável’ afrouxamento na política monetária
A autoridade monetária admite desafios com a inflação e aponta pouco efeito da elevação dos juros no controle dos preços

A ata do Comitê de Política Monetária (Copom) divulgada nesta terça-feira, 10, pelo Banco Central, trouxe sinalizações de que a autoridade monetária pretende começar a afrouxar a política monetária, que segue em território contracionista com consecutivas elevações na taxa básica de juros, a Selic.
O BC admitiu desafios com a inflação, que segue elevada mesmo com o alto patamar de juros, e se mostrando mais persistente que o antecipado com fortes pressões nos componentes ligados a alimentos e combustíveis, e aponta pouco efeito dos juros no controle dos preços. “O ciclo de aperto monetário corrente foi bastante intenso e tempestivo e que, devido às defasagens de política monetária, ainda não se observa grande parte do efeito contracionista esperado bem como seu impacto sobre a inflação corrente”, diz o BC na ata.
Embora tenha admitido que a alta dos juros tem gerado pouco efeito no controle dos preços, o BC sinalizou como “provável, uma extensão do ciclo, com um ajuste de menor magnitude na próxima reunião.” Na última reunião, o BC elevou em 1 ponto percentual a Selic, para 12,75%. Com o comunicado, o mercado espera um aumento menor, de 0,50 ponto percentual na próxima reunião.
A autoridade espera uma inflação de 7,3% ao final do ano, bem distante da meta de 3,5%, e mantém o otimismo de encerrar 2023 no patamar de 3,4%. O BC também ressalta riscos inflacionários com o cenário externo, em especial pela guerra no Leste Europeu, o aumento nos preços das commodities, e a desaceleração da atividade econômica mais acentuada do que a projetada. Embora sinalize uma possível vontade de finalizar o ciclo de alta de juros, “o Copom enfatiza que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados para assegurar a convergência da inflação para suas metas.”