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Avanço da inflação não altera perspectiva para cortes na Selic

IPCA subiu 0,83% em fevereiro, acumulando 4,5% em 12 meses. Mercado vê inflação benigna e mantém projeção de cortes

Por Luana Zanobia 13 mar 2024, 12h04

Apesar do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de fevereiro ter acelerado 0,83%, superando as expectativas do mercado, o resultado não altera a perspectiva dos analistas quanto ao possível corte de 0,5 ponto percentual na taxa básica de juros, a Selic, na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), marcada para semana que vem. 

O aumento observado em fevereiro resultou em uma inflação acumulada de 4,5% nos últimos 12 meses. “Apesar da inflação cheia ter surpreendido o mercado para cima, isso ainda que não reoresenta nenhum ‘game change’ para a condução da política monetária”, diz Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos. Para os especialistas, o resultado não é motivo de grande alarme, pois foi impulsionado, em grande parte, por fatores sazonais. “Como de costume para o período, o índice foi puxado pelo grupo Educação, devido aos reajustes das mensalidades escolares de início de ano”, avalia Alexsandro Nishimura, economista e sócio da Nomos.

A surpresa altista veio de alimentos e combustível, que podem ter sido influenciados por questões mais pontuais, como condições climáticas que afetaram a produção de diversos alimentos in natura e o aumento do ICMS sobre gasolina e óleo diesel. Além disso, houve uma menor dispersão da inflação e uma queda nos serviços subjacentes.

Segundo Rafael Costa, analista e integrante do time de estratégia macro da BGC Liquidez, o resultado não muda a visão de um cenário mais otimista (no sentido de uma inflação mais fraca) para esse segmento no curto prazo, mas a inflação dos serviços subjacentes continua registrando detalhes ruins que atrapalham o atingimento do centro da meta de inflação. Por isso, embora a análise seja de uma inflação favorável, há uma possibilidade de mudança na comunicação futura do Banco Central. O banco pode limitar o sinal de continuidade das reduções para apenas mais uma reunião, isso porque ano já registra uma inflação de 1,25%, em comparação com uma meta de 3%, tornando questionável a manutenção cortes nas próximas reuniões.

Desde 2020, o Banco Central vem realizando ajustes na taxa básica de juros, a Selic, para controlar a inflação. Com aumentos sucessivos, a Selic chegou a atingir o patamar de 13,75% e encontra-se agora em 11,25% após o início de um ciclo de cortes. Na próxima semana, o Copom divulgará os próximos passos da política monetária, com a expectativa de mais um corte de 0,5 ponto percentual, reduzindo os juros para 10,75% ao ano. A expectativa do mercado contida no Boletim Focus, relatório semanal do Banco Central, é que a Selic encerre o ano em 9%.

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