Chega a 738 o número de delegados e chefes da Receita que deixaram cargos
Saída em massa dos profissonais pode paralisar desembaraço de mercadorias em portos e aeroportos
O número de funcionários da Receita Federal que pediram exoneração do cargo continua a subir. Até às 17h desta segunda-feira, 27, o número de servidores com cargo de chefia a deixar o cargo chegou a 738 no país, segundo o Sindifisco. Os pedidos de saída subiram 16% em relação a última quinta-feira, quando 635 servidores haviam pedido para deixar os cargos. O movimento dos auditores ocorre em protesto a aprovação do Orçamento, que reduziu pela metade as verbas da Receita Federal e concedeu aumento salarial apenas a policiais federais.
No país, existem 7.500 auditores fiscais, sendo que 2 mil deles estão em cargo de chefia. Dos que já entregaram o cargo, 93% são delegados, como são chamados os chefes de unidade.
Além da entrega dos cargos, nesta segunda-feira os auditores fiscais iniciaram uma greve, aprovada na última quinta-feira, 23. Segundo a categoria, todas as áreas são afetadas, com destaque para as alfândegas, portos e aeroportos, e pontos de fronteira do país, com maior lentidão nas importações e exportações. “A semana de recesso de final de ano acaba gerando menor impacto, pois o volume de cargas é pequeno. Mas em janeiro a tendência é haver um represamento importante, inclusive de importações e exportações de alimentos”, diz a nota.
O Sindicato afirma que aguarda uma reunião com o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, para negociação. Mas, até o momento, não se houve resposta sobre o encontro. Questionada pela reportagem, a Casa Civil não retornou até a publicação desta matéria.
Os servidores da Receita cobram do governo o acordo sobre o pagamento de uma gratificação associada à produtividade que não foi incluído no Orçamento de 2022.