* Meta conservadora: média de 33-40 mil barris/dia em 2012
* OGX já tem contrato de venda de petróleo, diz diretor
* OGX analisa ativos da Anadarko, diz Mendonça
Por Sabrina Lorenzi
RIO DE JANEIRO, 6 de outubro (Reuters) – Com a chegada da sua primeira plataforma tipo FPSO, nesta quinta-feira, no Rio, a OGX começará a produzir petróleo entre novembro e dezembro e prevê uma média de produção de 33 a 40 mil barris diários em 2012, uma meta considerada conservadora.
E parte do petróleo da OGX a ser produzido já tem comprador, disse nesta quinta-feira o diretor-geral da petroleira, Paulo Mendonça.
“Isso que temos nenhuma empresa fez: iniciar produção em dois anos após a descoberta”, disse o executivo nesta quinta-feira a jornalistas.
A previsão é iniciar um teste de longa duração por cerca de cinco meses no campo de Waimea, na bacia de Campos, com um produção diária média de 15 mil a 20 mil barris por dia.
Depois, a expectativa é aumentar o volume, em abril ou maio, para 45 mil barris a 50 mil barris diários, com a interligação de mais dois poços produtores à plataforma, estimou o executivo em entrevista na Offshore Technology Conference Brasil (OTC Brasil 2011), no Rio.
Segundo Mendonça, a empresa dever informar ainda nesta quinta-feira que assinou acordo de venda de duas cargas de 600 mil barris por dia cada junto a uma ou mais empresas estrangeiras.
A meta da empresa de Eike Batista, apresentada ao mercado, é que a produção aumente para 165 mil barris diários em 2013; 730 mil barris em 2015; e 1,38 milhão em 2019.
A OGX, segundo Mendonça, alcançou 90 por cento de sucesso exploratório, um percentual três vezes superior ao da média mundial.
Dos 62 poços que perfurou, a empresa descobriu, segundo Mendonça, 21 campos: cinco na bacia de Santos; 14 na bacia de Santos e dois na Parnaíba, onde encontrou grandes jazidas de gás natural.
“Muitos desses poços já são de delimitação (de reservas)”, afirmou.
NOVAS DESCOBERTAS
O diretor da OGX afirmou que está apenas na metade da campanha exploratória nas bacias de Campos e Santos. Nas bacias de Pará-Maranhão e Espírito Santo, lembrou, os trabalhos sequer começaram e na Parnaíba a empresa apenas desbravou 10 por cento do potencial da região.
“Não paramos, vamos continuar nossa campanha e novas descobertas certamente virão”, disse. “Então devemos esperar novas descobertas e novos volumes de reservas”, afirmou.
Depois de Waimea, a OGX deve desenvolver, na mesma região da bacia de Campos, a descoberta de Waikiki, que deve começar a produzir até 2013.
ANADARKO
Indagado sobre a possibilidade de adquirir os blocos exploratórios que a petroleira independente Anadarko colocou à venda no Brasil, Mendonça afirmou que está analisando e tem interesse.
Entre os ativos, a empresa americana possui concessões no pré-sal, de grande interesse para as petroleiras, mas com um incoveniente apontado por Mendonça: a possibilidade de haver reservas que se espalham e vazam para outras áreas além da concessão.
“Vamos prestar atenção na possibilidade de unitização”, afirmou.
Mendonça reafirmou que a companhia de Eike não pretende vender ativos no momento. “Quanto mais se aproxima a fase de produção, menos consideramos a possibilidade de vender ativos”, disse. Eike já havia adiantado essa posição em entrevista recente à Reuters.
O diretor Também afirmou não haver necessidade de captações no momento, já que a empresa, segundo ele, tem caixa suficiente para executar sua ousada campanha exploratória. A expectativa é chegar ao final de 2013 com caixa de 1 bilhão a 1,5 bilhão de dólares.
(Por Sabrina Lorenzi; edicao de Roberto Samora)