Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Ata reforça cortes da Selic, mas endossa liberdade em tom mais duro

Documento abre espaço para uma leitura mais hawkish, deixando claro que dados futuros dirão o ritmo da política monetária e a taxa terminal do atual ciclo

Por Juliana Machado 26 mar 2024, 10h46

Divulgada nesta terça-feira, 26, a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central que decidiu cortar a Selic para 10,75% reforçou a mensagem de que há espaço para mais reduções da taxa básica de juros a partir da reunião de maio. Ao mesmo tempo, o documento deu ênfase à preocupação da autoridade monetária com a inflação de serviços, abrindo espaço para uma leitura mais hawkish — isto é, menos inclinada ao corte de juros — daqui para frente, em que a Selic passe a ser reduzida em ritmo mais lento.

Segundo Gabriel Barros, economista-chefe da gestora Ryo Asset, o Copom buscou ser “agnóstico e neutro” na análise da economia doméstica, deixando claro que os dados futuros dirão o ritmo da política monetária e a taxa terminal do atual ciclo. Mas, apesar do tom neutro, diz o economista, “há evidente preocupação com a relação entre a inflação de salários e serviços, cuja defasagem demanda serenidade e moderação da política monetária” — uma afirmação que traz a pitada “hawkish” à comunicação da autoridade.

“A ata do Copom mostrou um BC mais preocupado. O BC voltou a enfatizar que o mercado de trabalho apertado é uma das principais razões para a elevada inflação de serviços”, afirma Álvaro Frasson, economista do BTG Pactual, em comentário enviado a clientes. “As chances da incerteza continuar no radar são grandes e, com isso, a flexibilidade e cautela na condução da política monetária será exercida; em outras palavras, a sinalização da redução do ritmo [de corte da Selic] em maio, hoje, são maiores.”

A maioria dos economistas ainda projeta uma Selic terminal abaixo dos 10%, mas, com os comentários da ata hoje, não descartam um tom mais duro do BC a partir da reunião de maio, sobretudo diante da informação, trazida na ata, de que alguns membros do Copom já veem um corte de 0,25 ponto percentual como mais adequado do que 0,50 pp.

Continua após a publicidade

“O BC foi hawkish na caracterização do mercado de trabalho e da incerteza com o cenário, por um lado, e, por outro, destacou que não existe relação mecânica entre a retirada do ‘guidance’ duplo [a retirada do plural ao falar sobre o próximo corte de juros] e a trajetória de política monetária que ele tinha na cabeça”, afirma Leonardo De Paoli, economista da Legacy Capital.

O Copom também deixou clara a sua preocupação com o ritmo de inflação no exterior, sobretudo nos EUA, diante de uma economia ainda bastante resiliente, um ritmo que pode interferir na condução da política monetária no Brasil. “A ata do Copom reforçou o viés para a nossa projeção de Selic a 9% no fim deste ano. Além disso, a redução no ritmo de cortes da taxa de juros a partir de junho, para 0,25 pp, ganhou maior probabilidade”, afirma o economista-chefe Caio Megale, da XP, em nota.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.