As expectativas e os desafios da economia brasileira em 2024
VEJA Insights traz um panorama de analistas sobre os próximos passos do Brasil e do mundo na área econômica
Dizia o economista canadense John Kenneth Galbraith, professor de Harvard e conselheiro dos presidentes americanos Franklin D. Roosevelt, John Kennedy e Lyndon Johnson, que a única função das previsões econômicas, tema da edição de dezembro de VEJA Insights, é fazer a astrologia parecer respeitável. A máxima é lembrada sempre que os prognósticos de bancos, consultorias e governos erram o alvo, o que não acontece pouco. Nos últimos três anos, por exemplo, a economia brasileira surpreendeu positivamente até os mais otimistas dos analistas.
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O primeiro Boletim Focus de 2023, que faz uma média das estimativas de mais de 100 instituições financeiras no país semanalmente, apontava um crescimento de 0,78% para o PIB brasileiro no ano corrente. Quase doze meses depois, tudo indica que a taxa será de mais de 3%.
Verdade que os últimos anos foram particularmente imprevisíveis. A eclosão de uma crise sanitária global como foi a pandemia de Covid-19 em 2020 não tinha precedentes na história recente, e trouxe mudanças profundas para as relações entre os agentes econômicos que ainda estão sendo entendidas. Some-se a isso a invasão da Rússia ao território ucraniano sem aviso prévio e o El Niño mais intenso dos últimos 25 anos. É compreensível que os analistas tenham sido cautelosos em suas estimativas. Mas mais importante é a noção de que é justamente a existência das análises de conjuntura e estimativas que permitem que cidadãos, investidores, empresas e governos tomem decisões para mudar a realidade – idealmente para melhor.
Foram as insistentes previsões de que os Estados Unidos entrariam em recessão a qualquer momento em 2023 que levaram o governo a abrir os cofres para estimular o investimento e o consumo. Problemas como a alta inflação na Saúde e na energia realmente existiam, e medidas para atacá-los foram fundamentais para o país entregar um crescimento sólido de 2,5% neste ano – mesmo que uma seca inesperada tenha prejudicado sua agricultura.
Tempo de desaceleração da economia?
As projeções para 2024, no Brasil e no mundo, apontam para uma desaceleração geral da economia. Seja por questões mais amplas, como os desdobramentos da pandemia e da guerra da Rússia, ou seja por situações específicas de cada país. O Brasil tem um déficit fiscal relevante, a
China lida com uma crise no setor imobiliário sem igual, e a Europa já vem de uma estagnação desde 2022. E como todas as nações são interligadas por relações comerciais, o pé no freio de uma acaba diminuindo o ritmo das outras.
Na edição de dezembro, VEJA Insights traz um panorama das expectativas para a economia do Brasil e do mundo de acordo com analistas que garimpam os dados de preços, emprego, atividade industrial, dívidas, etc., para eliminar o ruído e mostrar o que deve acontecer em 2024. E de onde podem surgir as surpresas, que como Galbraith já avisava décadas atrás, sempre aparecem para zombar dos economistas. Clique para fazer o download gratuito da edição.