Arrecadação federal tem melhor fevereiro desde 2015
Impostos somaram R$ 105,122 bilhões no mês, o que representa uma alta de 10,67% sobre período do ano passado
A arrecadação do governo federal registrou alta real de 10,67% em fevereiro sobre igual mês do ano passado, a 105,122 bilhões de reais. O crescimento indica uma resposta à retomada da atividade econômica e a medidas extraordinárias tomadas para impulsionar as receitas. Esse foi o melhor resultado para fevereiro desde 2015, quando a arrecadação somou 106,985 bilhões de reais, em dado também corrigido pela inflação, informou a Receita Federal nesta sexta-feira.
Entre os fatores extraordinários que impulsionaram as receitas, destacou-se a maior alíquota de PIS/Cofins sobre combustíveis, após elevação promovida pelo governo em julho do ano passado. Em fevereiro, a arrecadação desse item somou 2,334 bilhões de reais, sobre 1,089 bilhão de reais um ano antes.
A arrecadação com Imposto de Renda Pessoa Jurídica/Contribuição Social sobre Lucro Líquido subiu 16,06% sobre um ano antes, acréscimo de 2,068 bilhões de reais, indo a 14,952 bilhões de reais.
Sem o efeito dos fatores não recorrentes, a alta seria de 7,36%. O governo prevê arrecadação mais forte em 2018 justamente pela reação da economia, que deve crescer 3% neste ano, após ter avançado 1 % em 2017.
Extras
Só com parcelamento especial de dívidas tributárias foi arrecadado 1 bilhão de reais em fevereiro, movimento impulsionado pelo Refis. No mesmo mês de 2017, foram apenas 319 milhões de reais nesta linha.
Segundo o chefe do Centro de Estudos Tributários e Aduaneiros, Claudemir Malaquias, também houve recolhimento atípico em fevereiro de 1,4 bilhão de reais “decorrente de operações envolvendo ativo de empresas”, impactando o IRPJ/CSLL no mês. Ele, contudo, não deu mais detalhes sobre as companhias e sobre as operações em questão.
Mesmo assim, o próprio governo optou pela cautela ao bloquear na véspera mais 2 bilhões de reais do Orçamento em função dos riscos fiscais e maiores despesas previstas para o ano. Para 2018, a meta de déficit primário é de 159 bilhões de reais para o governo central, sendo que importantes medidas para assegurar seu cumprimento, como a privatização da Eletrobras, ainda precisam de aprovação no Congresso Nacional.