Arrecadação do governo tem o melhor janeiro em 29 anos
Primeiro resultado dos recolhimentos de impostos do governo Lula mostra a continuidade do ritmo da economia
A arrecadação do governo federal com impostos, contribuições e demais receitas somou 251,7 bilhões de reais em janeiro. De acordo com os dados da Receita Federal divulgados nesta quinta-feira, 23, o resultado representa um aumento real de 1,14% na comparação com o mesmo mês do ano passado e é o maior valor registrado para o mês de janeiro desde o início da série histórica, em 1995.
A manutenção do crescimento da arrecadação é uma sinalização positiva do ritmo da economia brasileira. Neste ano, analistas do mercado financeiro estimam desaceleração do PIB tanto no país como em outras grandes economias. A arrecadação de impostos em alta mostra que ainda há dinamismo no início do ano, refletindo o fim do ano passado.
De acordo com a Receita Federal, o resultado de janeiro foi influenciado pela arrecadação atípica de 3 bilhões de reais em Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas (IRPJ) e da Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido (CSLL) em janeiro deste ano. Segundo a Receita, essa arrecadação atípica está ligada a empresas do setor de commodities de exploração mineral. O governo também destaca o aumento de 8,63% na refeita previdenciária, devido ao aumento da massa salarial e de 58% na arrecadação do IRRF sobre rendimentos de capital, incidente de movimentações financeiras.
Por outro lado, houve a perda de 5,65 bilhões de reais na arrecadação de tributos por conta da redução do PIS/Cofins sobre combustíveis (3,75 bilhões de reais) e do Imposto Sobre Produtos Industrializados (1,9 bilhão de reais), na comparação com mesmo período do ano passado. O governo Lula prorrogou até o fim deste mês a desoneração dos impostos federais sobre a gasolina e o etanol e até o fim do ano do diesel.
Além dos sinais da economia, o bom resultado da arrecadação contribui para o cumprimento meta das contas públicas. Neste ano, o Orçamento aprovado pelo Congresso Nacional prevê um déficit primário de até 231,5 bilhões de reais neste ano. Em janeiro, o Ministério da Fazenda anunciou um pacote de medidas, focado principalmente no aumento da arrecadação, para reduzir o rombo fiscal estimado para este ano para abaixo de 100 bilhões de reais.