Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana
Continua após publicidade

Após corte da Selic, dólar dispara e BC intervém para segurar a cotação

Moeda americana registrou R$ 5,87, nova máxima histórica para o intradia, mas arrefeceu a escalada após leilão da atividade monetária

Por Felipe Mendes Atualizado em 7 Maio 2020, 14h20 - Publicado em 7 Maio 2020, 13h53

Diante do corte expressivo de 0,75 ponto porcentual na taxa básica de juros, a Selic, anunciado na noite de quarta-feira 6 pelo Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, o dólar disparou nesta quinta-feira, 7. Às 12h, a moeda americana chegou a 5,87 reais, máxima nominal histórica para o intradia. A reação de investidores a queda de atratividade de investimentos no país com a taxa de juros baixa, cenário político conturbado e a pandemia fazem com que alguns analistas já estimem a moeda americana acima de 6 reais este ano.  A intervenção do Banco Central e o anúncio do presidente Jair Bolsonaro ao veto do reajuste de servidores arrefeceu a queda da moeda. Por volta das 13h53, a moeda americana era vendida a 5,825 reais.

ASSINE VEJA

Moro fala a VEJA: ‘Não sou mentiroso’
Moro fala a VEJA: ‘Não sou mentiroso’ Em entrevista exclusiva, ex-ministro diz que apresentará provas no STF das acusações contra Bolsonaro. E mais: a pandemia nas favelas e o médico brasileiro na linha de frente contra o coronavírus. Leia nesta edição. ()
Clique e Assine

Para tentar segurar a disparada do dólar, o Banco Central atuou novamente no mercado. A autoridade monetária disponibilizou no fim da manhã desta quinta-feira um leilão de swap cambial tradicional, onde foram ofertados 7.540 contratos com vencimento em setembro de 2020 e janeiro de 2021. As seguidas intervenções do BC tem efeito pontual, mas não são suficientes para segurar a cotação. “Hoje, já podemos falar que o dólar fatalmente irá chegar a 6 reais. O câmbio representa o momento. Quanto maior for a pressão em função da queda da atividade econômica do país, mais o Banco Central tem de atuar”, diz João Medeiros, economista com mais de 40 anos de experiência no mercado financeiro. 

Embora elogiada por alguns economistas, a atuação do BCe por meio de venda de dólares gera uma tensão adicional no mercado por conta da diluição das reservas de capital do país. “A estratégia do Banco Central em tentar diminuir a volatilidade da moeda estrangeira via swaps e dólar à vista tem custado reservas internacionais de forma relevante”, diz André Perfeito, economista-chefe da corretora Nécton. “No recorte das reservas pela liquidez internacional estamos no mesmo patamar de março de 2012. Já se observadas as reservas totais, estamos no mesmo patamar de julho de 2011”.

O dólar tem sido pressionado por diversos fatores. Com os cortes recentes na taxa básica de juros, o Brasil virou um ambiente inóspito para investidores estrangeiros. Além disso, a atividade econômica de diversos setores do país tem se diluído paulatinamente em função do agravamento da pandemia do novo coronavírus. “O Brasil vem parando semana a semana e isso impacta diretamente no câmbio. As dívidas do governo e as dívidas de empresas estão aumentando e, em contrapartida, as operações de importação e exportação do mercado estão minguando. Com isso, é questão de tempo para que a moeda americana chegue a 6 reais. Em toda a minha vida, nunca vi algo parecido”, diz Medeiros.

A política é um outro fator influencia diretamente na escalada da moeda americana. Segundo fontes do mercado, o dólar também é pressionado pelo quadro político instável do país. Na última terça-feira 6, a agência de risco internacional Fitch Ratings manteve a nota de crédito do Brasil em BB- e revisou a perspectiva para negativa por conta da incerteza política e da duração e intensidade da pandemia de coronavírus no país. “A pandemia e a recessão relacionada vão incrementar ainda mais o endividamento público, erodindo a flexibilidade fiscal e aumentando a vulnerabilidade a choques”, disse a Fitch.

Turismo

Para quem pensa em viajar, o momento exige mais cautela. Nesta quinta-feira, o dólar turismo também opera em forte alta. Algumas casas de câmbio de São Paulo já vendem a moeda americana a 6,40 reais, para quem paga pelo cartão pré-pago — para o pagamento à vista, os valores giram em torno de 6,10 reais. O efeito também se dá sobre outras moedas. A corretora Ourominas, por exemplo, negocia a libra a 7,91 reais, no cartão pré-pago. O euro turismo, por sua vez, pode custar até 6,90 reais, no cartão de crédito.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (menos de R$10 por revista)

a partir de 39,96/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.