Apesar de acordo, Chipre adia reabertura de bancos
Transferência desta terça para quinta é para garantir o 'correto funcionamento do sistema bancário por completo', afirma ministro das Finanças cipriota
Fechados há dez dias por causa da crise de crédito no Chipre, os bancos do país só voltarão a abrir suas portas na próxima quinta-feira e não mais nesta terça, como tinha anunciado em mensagem transmitida pela televisão o presidente Nikos Anastasiadis. A contra-ordem veio no início da madrugada na ilha mediterrrânea, em comunicado enviado pelo ministro das Finanças, Michalis Sarris, à agência de notícias cipriota CNA.
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O ministro das Finanças justificou a necessidade de ampliar o prazo de fechamento para garantir “o correto funcionamento do sistema bancário por completo”. A princípio, estava previsto que apenas o Banco do Chipre e o Banco Popular (Laiki) teriam sua reabertura adiada até quinta-feira.
Os dois citados bancos foram afetados pelo amplo plano de reestruturação estipulado na madrugada de segunda-feira pelo Eurogrupo, e por isso deverão levar alguns dias para adaptar seu software às novas exigências. O acordo prevê que, no caso do Laiki, segundo maior banco do Chipre, está previsto o fechamento da instituição com perdas para grandes depositantes – apenas depósitos de até 100.000 euros serão preservados.
A dívida do Laiki soma, com o mecanismo de Assistência de Liquidez de Emergência (ELA) do BCE, quase 9,5 bilhões de euros. Os bancos do Chipre permanecem fechados desde 16 de março, e desde então o único acesso ao dinheiro depositado nessas instituições foi através dos caixas automáticos, embora com valor limitado.
Bovespa – Apesar do acordo entre o governo do Chipre e seus credores internacionais, a situação de incerteza no país e, consequentemente, na zona do euro, continua a preocupar o mercado finanecieiro. A Bovespa refletiu este cenário no pregão desta segunda eo Ibovespa terminou o dia com baixa de 0,67%, pela primeira vez no patamar de 54 mil pontos este ano. O índice fechou em 54.873,12 pontos, ainda o menor nível desde 26 de julho do ano passado (54.002,72 pontos).
Os investidores estavam inicialmente aliviados com o acordo para ajudar a solucionar a crise do Chipre, mas o temor de que o plano possa ser estendido a outro país europeu em crise acabou alimentando o receio na Bolsa. Essa versão ganhou contorno mais forte com declarações do presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, de que o modelo do resgate cipriota poderia ser usado para outros países da zona do euro. Isso significa que o bloco não irá mais resgatar bancos sem impor perdas aos acionistas e investidores.
(Com agência EFE)