Ao falar em frete, Bolsonaro diz que é melhor se antecipar a problemas
'É bom nunca haver tabelamento', afirmou o presidente eleito sobre tabela proposta pelo governo Temer para encerrar paralisação

O presidente eleito Jair Bolsonaro tocou nesta terça-feira, 13, em um assunto caro aos caminhoneiros, que realizaram em maio deste ano uma greve que trouxe várias consequências para o país. A paralisação de 11 dias fechou estradas e provocou o desabastecimento geral da população, que sofreu com falta de combustíveis, alimentos e remédios.
Questionado sobre o tabelamento do frete, uma das promessas feitas pelo presidente Michel Temer para encerrar a greve, Bolsonaro afirmou que era melhor que não houvesse esse sistema. Mas disse que o assunto ainda está sendo estudado pela sua equipe.
“É bom nunca haver tabelamento, isso é bom. Já começamos a estudar essa questão. Nós queremos nos antecipar a problemas”, disse.
No final de outubro, um grupo de caminhoneiros fez uma paralisação isolada em Catalão (GO) contra a aplicação do frete mínimo. Ivar Luiz Schmidt, representante do Comando Nacional do Transporte (CNT), disse que o movimento não teve adesão geral, mas admitiu que o frete é um assunto que preocupa a categoria. “Quem está tomando prejuízo somos nós, como sempre foi. Continuamos trabalhando para não perder mercado”, disse à época.
Questionado sobre a declaração de Bolsonaro, Schmidt diz que tem uma proposta alternativa ao tabelamento e que está tentando mostrar ao presidente eleito, mas sem sucesso. “Ele não leu, deve estar sem tempo devido a esse período de transição.”
Segundo ele, os caminhoneiros querem participar do governo de transição, inclusive com a indicação de um nome para o Ministério dos Transportes. O grupo apoia o ex-ministro Osmar Terra. “Gostaríamos de participar, inclusive da escolha do futuro ministro dos Transportes, pois se o agronegócio pode dar a sua contribuição, acredito que temos condições de colaborar com a sugestão de um nome.”
(Com Reuters)