Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Caminhoneiros descartam greve agora, mas querem diálogo com Bolsonaro

Motoristas cobram regulamentação da tabela do preço mínimo do frete e dizem que assunto pode motivar uma nova paralisação nacional

Por Fabiana Futema Atualizado em 29 out 2018, 16h30 - Publicado em 29 out 2018, 15h45

Os caminhoneiros descartam repetir agora uma nova greve nacional, como a que paralisou o país em maio. Mas a categoria quer dialogar com a equipe de transição do futuro governo de Jair Bolsonaro para discutir o atraso na regulamentação da tabela do preço mínimo do frete, uma das promessas feitas aos motoristas para encerrar o protesto nas estradas.

De acordo com lideranças da categoria, protestar agora pareceria uma associação com grupos de esquerda, que prometem realizar uma manifestação nesta terça-feira. “O Guilherme Boulos [líder do MTST] convocou um protesto para amanhã. Não queremos misturar nossas reivindicações com a manifestação da esquerda”, diz Ivar Luiz Schmidt, representante do Comando Nacional do Transporte (CNT).

Segundo ele, os caminhoneiros não querem começar uma relação de oposição com a equipe de transição de Bolsonaro. “Não é o caso de cobrar dele, até porque a maioria dos caminhoneiros é a favor do Bolsonaro. Queremos conversar com a equipe dele.”

Schmidt diz que nem 1% das empresas está cumprindo com o piso mínimo do frete. “Quem está tomando prejuízo somos nós, como sempre foi. Continuamos trabalhando para não perder mercado.”

O representante dos caminhoneiros culpa a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) pelo atraso na regulamentação do piso do frete. “Isso é o centro de tudo que está ocorrendo. Se não for resolvido, deveremos ter uma nova greve.”

O tabelamento do frete foi contestado por diversas ações de inconstitucionalidade. O ministro Luis Fux, relator do tema no Supremo Tribunal Federal (STF), disse que levaria o assunto para apreciação do plenário.

Ramiro Cruz, outra liderança dos caminhoneiros, também cobra a regulamentação da tabela do frete. Ele diz que o termo correto é tarifa mínima de frete, não tabela.

“Não existe tabelamento, mas sim uma tarifa mínima de frete. Abaixo disso não se deve trabalhar; acima disso pode ser trabalhado, dependendo da eficiência na argumentação por parte do prestador do serviço”, diz.Ele também cobra que a ANTT regulamente a lei e fiscalize seu cumprimento. “A cobrança em relação ao tema é uma só: fiscalização. Orçamento eles têm: são aproximadamente 2 bilhões de reais por ano.”

Continua após a publicidade

A ANTT informa que ‘mantém constante diálogo com a categoria dos caminhoneiros’ e neste momento há duas equipes de fiscalização na BR-050, local de agenciamento de cargas, próximo a Catalão (GO). “A ANTT já realizou fiscalizações neste local, e vai aumentar a frequência.”

“Ressaltamos que existe uma tabela de piso mínimo de frete que está vigente. Por este motivo, a agência tem intensificado as fiscalizações para o cumprimento desta tabela em todo o Brasil”, diz em nota,

Um grupo de caminhoneiros protestou hoje em Goiás para cobrar o cumprimento da tabela mínima de frete. Schmidt e Cruz disseram que o caso de Goiás é isolado e não tem o apoio dos demais representantes do setor.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.