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ANÁLISE-Plano da Oi ainda precisa superar desconfiança do mercado

Por Da Redação
19 abr 2012, 19h47

Por Sérgio Spagnuolo

RIO DE JANEIRO, 19 Abr (Reuters) – O grupo de telecomunicações Oi divulgou nesta semana suas aguardadas metas até 2015, mas a empresa ainda precisa convencer analistas e investidores de que será capaz de entregar os resultados prometidos.

O desempenho operacional tem sido visto por analistas como um dos principais desafios da Oi, após a empresa ter amargado uma deterioração nos resultados de 2011, em um ano marcado pela forte concorrência em segmentos-chave (telefonias móvel e fixa) e pelo processo de reorganização societária da empresa.

“É um ambiente competitivo, com empresas buscando market share, e vemos como desafiador para a empresa. O cenário não é fácil”, afirmaram à Reuters as analistas Flavia Bedran e Luísa Vilhena, da agência de classificação de risco Standard & Poor’s.

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A S&P atribui rating “BBB-” para a Oi, com perspectiva estável.

“A divulgação do ‘guidance’ não foi um evento que nos levou a mudar o rating”, disse Luísa, acrescentando que seriam exigidas mudanças mais fortes para alterar a nota de crédito da companhia.

Na terça-feira, a Oi divulgou que até 2015 prevê investir 24 bilhões de reais, crescer seu lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) em 45 por cento e atingir receita líquida próxima de 40 bilhões de reais.

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“O ‘guidance’ de crescimento parece muito otimista”, escreveram em relatório os analistas Andre Baggio e Marcelo Santos, do JPMorgan.

“Em nossa visão, a Oi está enfrentando um declínio estrutural em seu negócio fixo, semelhante ao que aconteceu em outras partes do mundo, o que soma-se, no Brasil, à aceleração da queda nos preços no segmento móvel”, acrescentaram.

O banco manteve sua recomendação “underweight” -quando é esperado desempenho abaixo da média do mercado- para as ações da Oi.

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Outros cinco relatórios de bancos e corretoras obtidos pela Reuters, preparados após o encontro da diretoria da Oi com analistas e investidores, expressam cautela com as estimativas da própria companhia. Nenhum analista alterou sua recomendação para a ação preferencial da empresa.

Frente a concorrentes de capital aberto que têm apresentado resultados mais fortes nos últimos trimestres -Telefônica Brasil e TIM Participações-, a Oi ainda precisa provar que realmente caminha em direção ao sucesso de seu plano.

A companhia reconhece o desafio: “Primeiro precisamos entregar o que estamos prometendo… Acho que os próximos dois trimestres serão muito importantes”, disse o diretor financeiro da Oi, Alex Zornig.

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Apesar do pé atrás, há disposição para um voto de confiança à equipe de administração da Oi.

“Saímos da reunião com a impressão de que a Oi pode ter algum espaço de manobra do lado de custo/fluxo de caixa, pois pode aumentar a eficiência fiscal, reverter algumas provisões e maximizar o uso de perdas fiscais, além da possível alienação de ativos”, disseram em relatório Valder Nogueira e Bruno Mendonça, do Santander.

A ação ordinária da Oi chegou a subir quase 8 por cento na terça-feira, após a divulgação do fato relevante com o plano da empresa até 2015, que inclui ainda remuneração de 8 bilhões de reais aos acionistas nos próximos anos. Mas o papel perdeu força e terminou aquela sessão com ganho de 1,4 por cento.

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A preferencial, enquanto isso, terminou a terça com valorização de 1,70 por cento, depois de ter avançado 7,3 por cento na máxima do pregão.

ATIVO ESTELAR?

Zornig, da Oi, ressaltou a jornalistas após encontro com analistas que a empresa tem interesse em ser uma “estrela” na bolsa paulista e que seus novos papéis já têm duas recomendações de compra, algo que a empresa continuará buscando.

Santander, Itaú BBA e Fator reafirmaram a recomendação de manutenção para as ações da Oi.

“Acreditamos que a Oi é uma história a ser monitorada, e que, dependendo do progresso de seus futuros resultados trimestrais, pode tornar-se um nome interessante baseado na expectativa de melhores resultados em 2013”, disse a analista Susana Salaru, do Itaú BBA.

No ano até o fechamento de 18 de abril, a ação ordinária da Oi acumula perda de 6,4 por cento e a preferencial de quase 15 por cento. Já a ação da TIM exibe ganho de 24 por cento no período, enquanto a da Telefônica Brasil tem alta de cerca de 10 por cento.

(Reportagem adicional de Roberta Vilas Boas e Bruno Federowski)

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