Ameaça de embargo ao Irã volta a puxar preço do petróleo
Com a proposta de interromper compras de óleo iraniano, EUA pressiona China e europeus antecipam reunião; movimentação eleva tensão nos mercados
Os preços dos contratos futuros do petróleo fecharam em alta nesta terça-feira, impulsionados por receios de um possível embargo às exportações do Irã, o que tenderia a reduzir significativamente a oferta da commodity. O avanço nas bolsas norte-americanas também contribuiu para os ganhos, deixando os investidores mais otimistas em relação à perspectiva econômica dos Estados Unidos.
O preço do contrato do petróleo para fevereiro negociado na New York Mercantile Exchange (Nymex) subiu 0,93 dólar, ou 0,92%, para 102,24 dólares o barril. Na plataforma ICE, o contrato do petróleo tipo Brent para fevereiro avançou 0,83 dólar, ou 0,74%, para 113,28 dólares o barril.
Tensões – Autoridades da União Europeia decidiram antecipar em uma semana a reunião que discutirá a adoção ou não de embargo às exportações de petróleo do Irã. O encontro, inicialmente previsto para o dia 30, deve ser realizado em 23 deste mês, devendo aumentar a tensão entre o governo iraniano e as potências militares ocidentais, que acusam o país de estar tentando produzir a bomba nuclear.
Além disso, o secretário do Tesouro norte-americano, Timothy Geithner, deu início nesta terça-feira uma visita à China para discutir, além de questões comerciais, um possível apoio de Pequim à proposta de interromper as compras de petróleo iraniano. A China é o maior comprador do produto.
O Irã, que refuta as acusações, ameaça fechar o Estreito de Ormuz caso lhe sejam impostas novas sanções comerciais. Pelo Estreito passa cerca de um terço de todo o petróleo do mundo. “Pode haver um aumento nos preços” se o Irã conseguir fechar o estreito, disse Tom Bentz, diretor da corretora BNP Paribas Prime Brokerage. “O mercado está embutindo esse receio.”
Ainda assim, mesmo que a União Europeia aprove um embargo às exportações de petróleo do Irã, um aumento na produção de outros membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) compensaria a eventual escassez de barris iranianos, disse Bentz.
(com Agência Estado)