BRUXELAS (Reuters) – A Alemanha está preparada para suavizar a linguagem do Mecanismo de Estabilidade Europeia, um fundo permanente de resgate da zona do euro, influenciando portadores de títulos a aceitar perdas, em troca de regras muito mais rigorosas de orçamento, quatro fontes disseram à Reuters.
A mudança de abordagem não remove completamente a possibilidade de portadores privados de títulos terem que aceitar perdas no futuro, mas iria alinhar o estatutos do Mecanismo de Estabilidade Europeia (ESM, na sigla em inglês) mais estreitamente com as regras do Fundo Monetário Internacional, criando condições equitativas para os compradores privados de euros.
Embora reconhecendo a flexibilidade na posição da Alemanha, uma fonte sênior da zona euro enfatizou que essa posição depende de um acordo entre os 17 países da zona euro sobre uma supervisão mais rigorosa do orçamento, sanções para aqueles que não cumprem metas macroeconômicas e a possibilidade de os transgressores serem julgados.
A fonte disse que o envolvimento do setor privado – a capacidade de ter os bancos e seguradoras dividindo perdas em caso de calote ou reestruturação de dívida – não desapareceria do ESM, “mas o texto poderia ser suavizado”.
Uma segunda fonte disse que o objetivo é a linguagem do ESM ser alterada para ficar mais alinhada com a prática internacional, um movimento que iria tranquilizar os mercados de títulos.
“Esperamos que as regras PSI no ESM vão estar em plena consonância com a prática internacional e as regras do FMI”, disse outra fonte da União Europeia.
(Reportagem de Julien Toyer e Luke Baker em Bruxelas, Andreas Rinke em Berlim e Paul Taylor em Paris)