Acordo comercial entre Brasil e México está por um fio, diz jornal
Aumento do déficit comercial automotivo com o país teria motivado o rompimento com mexicanos
O governo brasileiro deverá romper o acordo comercial que possui com o México com o intuito de reduzir o déficit que possui no setor automotivo, segundo a reportagem do jornal Valor Econômico, citando fontes. A decisão foi tomada pela presidente Dilma Rousseff e foi comunicada às autoridades mexicanas durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos, na última semana. O acordo bilateral vigente prevê a anulação do imposto de importação sobre as peças e veículos importados do México.
Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, as importações de automóveis mexicanos cresceram 40% em 2011, somando 2 bilhões de dólares, e resultaram em um déficit de 1,7 bilhão de dólares na balança. Em contrapartida, a falta de competitividade dos automóveis brasileiros somada à valorização do real fizeram com que, entre 2010 e 2011, as exportações de veículos para o México recuassem cerca de 40%, para 362 milhões de dólares.
De acordo com a reportagem, o governo brasileiro argumenta que o acordo bilateral acaba beneficiando a produção mexicana em detrimento da que é feita nos países do Mercosul. O governo mexicano argumentou que o país poderia flexibilizar o acordo em vez de optar pela anulação. Contudo, segundo o jornal, Dilma está irredutível e deve anunciar o rompimento do acordo quando voltar de sua viagem pela América Central, nos próximos dias.
Uma das cláusulas do acordo prevê que, ainda que seja cancelado, ele continuará válido por, no mínimo 14 meses. Ou seja, as mudanças só terão efeito em 2013. Procurados pela reportagem do site de VEJA, os ministérios não quiseram comentar a informação.
Leia mais
Governo libera 18 montadoras do aumento do IPI
Superávit comercial do Brasil soma US$ 29,8 bi em 2011
Balança comercial tem déficit recorde para janeiro
O monstrengo do IPI tem pai: Guido Mantega