Acesso a óculos de grau poderia aumentar renda de crianças brasileiras em até R$ 296,5 mil
No mundo, dificuldade de enxergar resulta em perda de renda de 9.700 dólares por criança anualmente
Diariamente, cerca de 800 mil crianças brasileiras vão à escola com problemas de visão não corrigidos. Aqueles que sofrem de erros de refração, como miopia, hipermetropia e astigmatismo, têm dificuldade em enxergar o material escolar, resultando em aprendizado significativamente inferior ao de seus colegas.
Uma pesquisa da Agência Internacional para a Prevenção da Cegueira (IAPB) em parceria com a ONG Fundação Seva indica que os problemas de visão impactam diretamente a qualidade da educação e a renda futura dessas crianças.
De acordo com o levantamento, uma criança que recebe óculos aos cinco anos e os usa até os 18 anos pode ter, em média, uma renda ao longo da vida 78,1% maior do que a de uma criança que não corrigiu a visão. Isso representa um aumento de até 296.500 reais em sua renda total.
Além disso, a pesquisa aponta que, se todas as crianças com problemas de visão tivessem acesso a óculos, o Brasil poderia obter um ganho potencial de cerca de 21,9 bilhões de reais na economia nacional.
Cenário global
No mundo, estima-se um um prejuízo econômico futuro de 173 bilhões de dólares a cada ano em que crianças ficam sem óculos. A perda média de renda por criança é de 9.753 dólares anualmente.
Esses custos afetam todos os países, mas a perda de escolaridade é mais acentuada em nações de baixa e média renda, que concentram 83% dos casos de aprendizagem perdida devido a erros refrativos não corrigidos.
“Não abordar a alta prevalência de erros refrativos não corrigidos em crianças em idade escolar gera custos sociais e econômicos substanciais”, conclui o estudo.