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ACÇÕES PORTUGAL-PSI20 fecha em queda com Europa, Grécia pressiona bolsas

Por Da Redação
14 Maio 2012, 13h09

LISBOA, 14 Mai (Reuters) – A bolsa portuguesa fechou queda, com a maioria das cotadas em terreno negativo e em linha com uma Europa arrastada para mínimos de quatro meses e meio pelos receios de que a Grécia seja obrigada a abandonar a Zona Euro, devido ao impasse na formação de um novo Governo em Atenas, disseram traders.

* As principais bolsas do Velho Continente caíram entre 1,94 pct e 2,74 pct, com os investidores receosos em relação às consequências, para o conjunto da Zona Euro, da cada vez mais provável saída da Grécia da união monetária, devido à incapacidade das principais forças políticas helénicas chegarem a acordo para formarem um novo Governo que cumpra o programa de ‘bailout’.

O presidente grego, Karolos Papoulias, convocou uma reunião com os quatro maiores partidos políticos, para as 1630 GMT, num último esforço para chegar a um entendimento para a formação de um novo Governo com base nos resultados das recentes eleições legislativas.

Se as negociações fracassarem, a Grécia terá de realizar novas eleições, aumentando o risco de ‘default’ da dívida soberana e de saída da Zona Euro, no que poderá ser o início da desagregação da união monetária.

Este risco é tanto maior quanto a Coligação de Esquerda Radical, força política que se opõe ao cumprimento das duras medidas de austeridade exigidas no ‘bailout’, surge como cada vez melhor posicionada nas sondagens.

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“O risco de um evento de crédito (default) e a incerteza política na Zona Euro são demasiado elevados para serem ignorados. Comprar acções em mínimos pode ser tentador, mas se um país sair do Euro, os mercados vão preocupar-se apenas com uma questão: quem será o próximo?”, refere uma nota do JP Morgan hoje divulgada.

“É sobretudo a incerteza política na Grécia que prejudica os mercados, numa altura em que se começa a falar na saída do país da Zona Euro. Só que não se conhece o impacto que esta saída terá no resto dos países, nomeadamente nos intervencionados e nos que estão sob foco”, explicou João de Deus, trader da Dif Broker.

Salientou que “a partir do momento em que o partido socialista grego, PASOK, disse que não ia conseguir levar a cabo a formação de um novo Governo, que se sabia que Segunda-feira iria ser um dia de quedas.

* Espelhando o clima de incerteza e a possibilidade real de saída do Euro, a bolsa de Atenas afundou 4,56 pct.

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* Os mercados reflectiram ainda as preocupações com o sistema financeiro espanhol e com o resultados das eleições no estado da Renânia do Norte-Vestfália, o mais populoso da Alemanha, que levaram a uma forte derrota do partido de Angela Merkel.

* Os bancos espanhóis continuam sob forte pressão face à expectativa que o Governo de Madrid avance com um pacote de regras mais apertadas para as provisões para o crédito imobiliário malparado, após ter, na semana passada, intervencionado o Bankia.

O Governo espanhol poderá obrigar os bancos do país a realizarem reforços de capital adicionais, no valor global de 35.000 milhões de euros (ME), para fazer face à forte desvalorização dos activos imobiliários.

“É uma dor de cabeça porque o cenário político vai contra qualquer tipo de activo de risco”, disse Franz Wenzel, estrategista chefe da AXA Investment Managers, em Paris.

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“Temos pela frente um ou dois meses de mercados relativamente agitados. Agora é mais a preservação do capital que qualquer outra coisa”, acrescentou.

* Da China chegam preocupações adicionais, com o anúncio de mais um corte nos requisitos de reservas aos bancos chineses a fazer temer o abrandamento da segunda maior economia mundial.

* A moeda única europeia segue em mínimos de quatro meses face à congénere norte-americana, cedendo 0,31 pct para 1,2842 dólares.

* Em Portugal, o índice de referência PSI20 desceu 1,94 pct para 5.078,60 pontos, com 15 títulos em queda e três em alta e dois estáveis, com 49 milhões de acções negociadas ou 68,3 ME, na NYSE Euronext Lisbon.

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“O principal factor a penalizar a bolsa portuguesa é a incerteza em relação à Grécia e à possibilidade o país sair do Euro”, disse Gualter Pacheco, da Go Bulling, no Porto.

* O Banco Espírito Santo (BES) liderou as quedas entre as cotadas nacionais, a afundar 4,55 pct para 0,599 euros, no dia em entraram à negociação cerca de 2.500 milhões de novas acções resultantes do aumento de capital de 1.010 ME.

O segundo maior banco privado português em activos apresenta contas amanhã, devendo o lucro líquido ter tido uma queda homóloga de 62 pct no primeiro trimestre de 2012, com o aumento das imparidades de crédito dada a grave recessão em Portugal, apesar da subida da margem financeira, segundo dois analistas.

* Entre os restantes bancos, o Millennium bcpdesceu 1,94 pct para 0,101 euros e o BPI caiu 3,14 pct para 0,401 euros.

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* A pressionar o índice ‘benchmark’ português estiveram ainda os ‘pesos-pesados’ Galp Energia, EDP-Energias de Portugal e Portugal Telecom.

A petrolífera recuou 4,29 pct para 10,49 euros, a eléctrica desceu 2,72 pct para 2,04 euros e a telecom perdeu 1,43 pct para 4,127 euros.

* A REN-Redes Energéticas Nacionais caiu 0,55 pct para 1,99 euros, no dia em que apresenta os resultados do primeiro trimestre de 2012.

Os analistas do Citi prevêm uma leve queda homóloga de 1,5 pct do lucro líquido entre Janeiro e Março, com o aumento dos custos financeiros a mais que anular o bom desempenho operacional.

* No mercado secundário de dívida, a taxa de juro das Obrigações do Tesouro (OT) da periferia europeia voltaram a subir, reflectindo os receios dos investidores quanto ao futuro da Grécia.

A taxa de juro das OT espanholas a 10 anos continua acima da barreira de 6 pct, nos 6,24 pct de 6,03 pct na sexta-feira, a yield das OT italianas avança para 5,87 pct vs 5,68 pct.

Tal como vem sendo frequente, a congénere portuguesasegue em contraciclo com as taxas espanholas e italianas, recuando para 11,05 pcr de 11,11 pct.

(Por Filipe Alves; Editado por Patrícia Vicente Rua)

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