A visão de um importante aliado de Guedes sobre um eventual governo Lula

A leitura premente entre alguns nomes fortes no Ministério da Economia aponta que Lula deve ter relação protocolar com o Congresso

Por Victor Irajá Atualizado em 22 fev 2022, 14h58 - Publicado em 22 fev 2022, 10h47

Um importante assessor do ministro da Economia, Paulo Guedes, está muito preocupado com um eventual governo de Luiz Inácio Lula da Silva, do PT. Mas não pelos motivos óbvios. Esse secretário soprou aos ouvidos do ministro que Lula deve fazer um governo pragmático e surfar em boas medidas realizadas pelo Ministério da Economia, que, segundo ele, não terá tempo de colher os frutos de propostas como a Lei do Gás e o Marco do Saneamento. Segundo essa fonte, Lula vai “deitar e rolar”.

Segundo a leitura de uma ala da pasta, Lula não vai, por exemplo, revogar a reforma trabalhista, tampouco mudar a política de preços da Petrobras — propostas já cantadas pelo petista aos quatro ventos. A perspectiva deste importante assessor contempla, ainda, a preocupação com a articulação de Lula no Congresso e as agendas de deputados e senadores nas eleições. Segundo ele, congressistas alinhados ao governo de Jair Bolsonaro estão mirando uma forma segura de desembarque, em uma “agenda pessoal”.

A avaliação entre alguns nomes fortes no Ministério da Economia prevê que Lula deve ter relação protocolar com o Congresso, e não deve protagonizar escândalos como o do Mensalão para aprovar projetos. Isso, talvez, explique a subida de tom nos últimos meses do próprio ministro Guedes em relação às eleições e ao ex-presidente Lula. “Estão querendo pregar um modelo ruim, que se exauriu, estão querendo pregar uma volta ao passado. ‘Vamos controlar os preços? Ok, vamos quebrar a Petrobras e a Eletrobras'”, disse o ministro em entrevista à rádio Jovem Pan.