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A valsa de Lula com o Centrão ao acenar com troca na presidência da Caixa

A servidora de carreira Maria Rita Serrano deve ceder lugar a Gilberto Occhi (PP), atendendo a pedidos de partidos em negociação de apoio político

Por Felipe Mendes Atualizado em 12 jul 2023, 14h14 - Publicado em 12 jul 2023, 13h12

Alçada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva à direção-executiva da Caixa Econômica Federal, Maria Rita Serrano foi uma solução do governo para dar continuidade na agenda de representatividade empregada pelo banco após os diversos relatos de assédio cometidos pelo ex-chefe da companhia, Pedro Guimarães. Funcionária da casa desde 1989 e representante do conselho de administração de 2014 a 2022, Rita, agora, pode estar vivendo seus últimos dias como a mandatária da Caixa. Isso porque fontes ligadas à empresa dão como certa sua substituição por Gilberto Occhi (PP), político do Centrão que já presidiu a instituição e foi ministro nos governos de Dilma Rousseff e Michel Temer.

A avaliação, segundo uma fonte ligada à empresa, é de que Rita Serrano se afastou dos funcionários do banco durante a sua gestão e que uma solução seria rebaixá-la da presidência a algum outro cargo no corpo diretivo ou como superintendente da Caixa. “O pessoal tem notado que a forma como ela trabalha não é como uma executiva para dirigir um banco. Ela era uma sindicalista, não uma gestora. Então, muitos estão achando que ela está deixando a desejar nessa função”, diz essa fonte. “Ela não tem dado muita voz aos empregados, só a alguns poucos assessores.”

Gilberto Occhi
O ex-presidente da Caixa Econômica Federal, Gilberto Occhi, durante entrevista coletiva em 2017 (Antonio Cruz/Agência Brasil)

Não é de hoje que as estatais são usadas como barganha de poder por parte do governo (seja ele de Lula ou qualquer outro presidente). A Caixa teria sido, segundo outra fonte, incluída em um bojo de pedidos do Centrão, que mira também posições no primeiro escalão do governo. Há o entendimento de que Occhi seria o nome ideal para a empreitada à frente da Caixa, uma vez que ele foi funcionário e presidente da empresa no passado e, portanto, não teria empecilhos diante da Lei das Estatais.

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“Esse interesse do Centrão, essa aptidão política em torno da Caixa, sempre ocorreu. Não é algo exclusivo a esse governo ou a essa estatal”, diz outra fonte ligada ao banco. “A Rita foi uma boa solução para manter a representatividade feminina na empresa. Mal ou bem ela conhece a Caixa. Mas acho que ela poderia impactar mais como diretora de recursos humanos em vez de tocar as estratégias do banco que envolvem assuntos mais complexos.”

Enquanto vê seu nome “pipocar” no noticiário, Rita Serrano segue despachando como presidente da instituição. Não se sabe até quando. Em seu mandato, Serrano tem endossado as críticas de Lula ao atual patamar da taxa de juros, a 13,75% ao ano, buscado soluções junto ao BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para atender aos interesses do governo em relação a linhas de financiamento mais acessíveis e com suporte ao programa de negociação de dívidas ‘Desenrola’, a ser lançado oficialmente em setembro. A reportagem tentou contato com a presidente da Caixa, mas não obteve retorno até o momento desta publicação.

A iminente saída de Serrano e a investida do Centrão mexeu com os ânimos do staff do banco. Como mostra a coluna de Matheus Leitão, oito associações de empregados da Caixa vão publicar um manifesto conjunto em defesa da permanência da atual presidente do banco no cargo.  “A CAIXA necessita de foco na implementação das mudanças em curso, não podendo ficar exposta a interesses sem compromisso com a empresa e com o povo brasileiro”, diz o texto que a coluna teve acesso.

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